Foi preso no Maranhão o pintor acusado de enforcar a ex-namorada Carol Ramos de Almeida, 22, por não aceitar o fim do relacionamento. O homem, que tem 30 anos, foi localizado por policiais civis quando trabalhava em uma obra, na cidade de Santo Antônio dos Lopes (MA). Ele teve cumprido o mandado de prisão temporária, expedido pelo juiz Jeverson Luiz Quinteiro, da Comarca de Cuiabá, em 11 de dezembro de 2015. O suspeito deixou Cuiabá um dia depois do crime e voltou para o Estado onde nasceu e reside a família.
O crime, classificado como feminicídio, foi praticado no dia 15 de outubro de 2015. Segundo a polícia, a vítima, que morava em uma quitinete no bairro Planalto, já vinha sendo ameaçada pelo ex-companheiro e neste dia ligou para uma amiga informando que estava na companhia dele.
Carol estava separada do acusado há cerca de quatro meses. Mas investigação de policiais do Núcleo de Pessoas Desaparecidas, junto à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mostram que ele não aceitava a separação e sempre a perseguia e ameaçava. Conforme a polícia, o pintor frequentava o restaurante onde a jovem atuava como cuidadora de crianças, para ficar a monitorando e a intimidando.
A vítima também já teria sido agredida por ele e chegou a denunciá-lo, fazendo com que ficasse preso alguns dias. A prisão teria deixado o suspeito ainda mais revoltado. Mesmo assim, insistia em reatar o relacionamento, ligando com frequência para Carol. Quando ela atendia os telefonemas e o contrariava, era ameaçada. A última ligação feita pelo ex foi um dia antes do desaparecimento.
Segundo amigos e familiares, ela era considerada uma mulher alegre, brincalhona e tinha se afastado dos amigos depois de conhecer o pintor que a assassinou.
A confirmação da morte ocorreu no dia 13 de novembro de 2015, depois que o corpo, já em decomposição, foi localizado com uma corda enrolada no pescoço, na região do Rio Coxipó do Ouro. Submetido a necropsia, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) confirmou tratar-se do cadáver de Carol, assassinada quase um mês antes.
Diante dos depoimentos e outros provas de autoria, na época, o delegado Luciano Inácio da Silva, representou pelo mandado de prisão temporária por homicídio qualificado contra o pintor, que estava foragido.
Em depoimento ao delegado Tiago Mattos Bardal, da Polícia Civil do Maranhão, ele confessou com naturalidade o assassinato na ex-mulher. Disse que além dos 10 dias que ficou preso por ter agredido a vítima, ainda responde crime de porte de arma de fogo. Após ser preso em flagrante, pagou fiança de um salário mínimo e responde processo em liberdade.
Narra que no dia do crime, pilotou sua moto até a quitinete onde Carol morava e depois de pegá-la seguiu até uma lanchonete, na beira do rio Coxipó do Ouro. Disse que o bar pertence a um amigo dele. Ficaram no local por volta de uma hora, quando começaram a discutir.
Segundo o acusado, a discussão era pelo fato da vítima querer dele dinheiro para pagar o aluguel da quitinete. Cerca de 20 minutos depois deixaram o local e o suspeito diz que ele e a vítima entraram no mato para manterem relação sexual, momento em que mais uma vez discutiram.
Acusa a vítima de o ter agredido com tapas e inclusive arranhões no pescoço. Foi então que ele a pegou pelo pescoço com as mãos e a esganou. Depois que ela desmaiou, pegou a corda que usava para o trabalho e que estava na moto. Amarrou em seu pescoço, apertando até que estivesse morta. Abandonou o corpo no local e no dia seguinte fugiu de ônibus para o Maranhão.
Mas a polícia acredita em premeditação do crime, já que a vítima teve o cuidado de avisar que estaria saindo em companhia do ex-marido que a ameaçava. O nó dado na corda usada pelo criminoso também é apontado como de profissional, ou “nó de marinheiro”, indicando que a corda já teria sido preparada por ele.
Em Cuiabá o suspeito viveu por 12 anos, onde tinha ex-mulher e uma filha menor. Segundo a polícia, apesar de insistir em reatar o romance com Carol, quando a matou ele já estava em outro relacionamento com uma mulher que estava grávida. O caso segue sob investigação.