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Polícia esclarece morte de duas jovens desaparecidas na capital

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Dois homicídios provenientes de violência contra mulher foram esclarecidos  pela Polícia Civil em investigações realizadas pelo Setor de Desaparecidos da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP). Em ambos os casos, as vítimas estavam desaparecidas há cerca de sete meses e uma delas grávida.

De acordo com o delegado Luciano Inácio da Silva, que comanda as duas investigações, os casos começaram como desaparecimento e evoluíram para homicídios. “Os dois casos chamam atenção por conta da relação amorosa. O primeiro, a vítima queria ficar com o namorado por conta da gravidez.  O segundo a vítima não queria mais o relacionamento e o ‘cara’ queria reatar de todo jeito, ao ponto de persegui-la”.

A primeira vítima, Ludmila dos Santos de Jesus, 18 anos, teve o corpo localizado em uma chácara no município de Alto Paraguai, de propriedade do autor crime, um homem de 40 anos. Ele iniciou relacionamento com jovem quando ela estava com 17 anos e a teria matado por conta da gravidez. Ele está preso por mandado de prisão temporária (30 dias).

Ludmila tinha acabado de completar 18 anos, quando desapareceu, no dia 4 de novembro do ano passado. A moça era natural de Alto Paraguai e sumiu após deixar a quitinete de uma amiga, localizada no bairro Goiabeiras, em Cuiabá, onde estava hospedada.

Conforme informações repassadas pela amiga, no dia do desaparecimento, Ludmila se arrumou e saiu da quitinete dizendo que iria se encontrar com o namorado, que também é da cidade de Alto Paraguai, e o responsável pelo deslocamento da vítima até a capital.

A testemunha contou que Ludmila estava grávida de quatro meses e teria vindo à Cuiabá para se submeter a um aborto, por insistência do namorado, que era casado e tinha três filhos, que não tinha interesse em levar a gravidez à diante e assumir o bebê.

No depoimento, a mãe de Ludmila contou que o último contato com a filha foi no dia 2 de novembro, quando ligou para parabenizá-la pelo aniversário e acabou tomando conhecimento que a filha estava em Cuiabá. Em conversa por telefone, Ludmila demonstrou muita tristeza. A mãe pediu para que ela voltasse para casa e a jovem afirmou que voltaria nos próximos dias.

Diante dos fatos, um inquérito policial foi instaurado e no decorrer das investigações, a Polícia Civil representou pelo mandado de busca e apreensão domiciliar, bem com pelo mandado de prisão temporária, do principal suspeito e última pessoa que manteve contato com vítima desaparecida. As ordens foram decretadas pela 14ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.

Com as ordens judiciais deferidas, os policiais civis da DHPP se deslocaram, na terça-feira (12), até a chácara do acusado. No local, o investigado foi surpreendido em poder de um revólver calibre 38. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo e durante interrogatório sobre o desaparecimento de Ludmila, confessou a autoria do homicídio, indicando o local em que havia enterrado o corpo da jovem.

Após quase quatros horas de buscas, realizando trabalho manual com picareta e enxada, os policiais civis da DHPP conseguiram localizar o corpo da jovem, em uma profunda cova, na chácara do namorado.

A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Tangará da Serra também esteve no local e acredita que a jovem, possivelmente, foi morta por asfixia. O homem foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele alegou ser perseguido e ameaçado pela jovem.

O segundo caso de pessoa desaparecida em razão de homicídio é de Carol Ramos de Almeida, 22 anos. A jovem sumiu no dia 15 de outubro do ano passado, após sair de uma quitinete onde residia no bairro Planalto. Ainda na ocasião, ela entrou em contato com uma amiga informando que estava na companhia de seu ex-namorado, 29 anos.

Segundo as investigações, Carol estava separada do suspeito há cerca de quatro meses. Entretanto, ele não aceitava a separação e sempre a perseguia com ameaças. A jovem já tinha sofrido violência doméstica praticada pelo rapaz, que no último episódio acabou preso depois de ser denunciado, motivo pelo qual o acusado ficou muito revoltado.

As investigações apontam que ele insistia em reatar o relacionamento, ligava com frequência para ela e quando a ela atendia os telefonemas acabava contrariando o acusado, que a ameaçava. A última ligação feita pelo ex foi um dia antes do desaparecimento de Carol. Ela era considerada uma mulher alegre, brincalhona e tinha se afastado dos amigos depois de conhecer o suspeito.

A confirmação da morte de Carol ocorreu no dia 13 de novembro do ano passado, após o corpo de uma mulher ser encontrado com uma corda enrolada no pescoço, na região do rio Coxipó do Ouro. Submetido a necropsia, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) confirmou a identidade do cadáver.

“Diante dos depoimentos e outros provas de autoria, a DHPP representou pelo mandado de prisão temporária por homicídio qualificado, em desfavor do suspeito, que encontra-se foragido”, disse o delegado Luciano Inácio da Silva, que comandou as duas investigações.

A informação é a da assessoria de imprensa da Polícia Civil.

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