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Cinco são presos em Lucas, Nova Mutum e Várzea Grande por supostas fraudes no Detran

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Uma operação contra fraudes na emissão de documentos pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) resultou na prisão de cinco pessoas em Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Várzea Grande. A ação foi realizada pela Polícia Civil em conjunto com o Detran, por meio da Coordenadoria de Fiscalização de Credenciados e a Corregedoria.

Esta manhã, equipes da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva) cumpriram três mandados de busca e apreensão solicitados pela delegacia de Nova Mutum e expedidos pelo juízo da Comarca em decorrência da prisão em flagrante de um servidor de carreira da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Nova Mutum.

A prisão do servidor de 30 anos foi efetuada, na última sexta-feira, pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema informatizado, adulteração de documento público (falsidade ideológica) e corrupção passiva.

Em interrogatório, o servidor da Ciretran de Nova Mutum confessou que vinha realizando as fraudes para um despachante, sediado em Várzea Grande, e que recebia valores entre R$ 500 e R$ 700 pela emissão ilegal de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV), documento este de porte obrigatório para condução de veículos automotores.

Em Várzea Grande, durantes buscas na empresa citada, a Polícia Civil apreendeu documentos de veículos com indícios de adulteração, além de lacres veiculares. O proprietário da empresa, 33 anos, foi preso em flagrante por receptação. Ele também é investigado em inquérito policial instaurados pela delegacia de Nova Mutum pelo crime de corrupção ativa.

Dois servidores do Detran também foram conduzidos para a Derrfva por suspeitas de envolvidos nas fraudes investigadas e participação na comercialização ilegal de lacres veiculares ao despachante.

Conforme apurado, os documentos eram emitidos sem que o servidor estivesse de posse da documentação e dos processos administrativos físicos necessários para auditagem. Ele recebia por meio de aplicativo de celular os caracteres das placas dos automóveis envolvidos na fraude, para emissão fraudulenta dos CRLV.

Com as informações, o servidor da Ciretran remetia os documentos de Nova Mutum à cidade de Várzea Grande por meio de uma “van” de transporte, onde eram retirados pelo proprietário da empresa. Diante dos fatos, a Justiça da Comarca de Nova Mutum decretou a prisão preventiva do servidor público. 

Ontem, foi detido o chefe da Ciretran de Lucas do Rio Verde, Carlos Girotto, acusado de "inserção de dados falsos em sistema informatizado e adulteração de documento público".  Desde o início da greve, ele teria lançado 48 vistorias em veículos no sistema informatizado do Detran, porém, as vistorias não estavam sendo feitas na Ciretran e nem por servidores da autarquia, mas sim por terceiros que são funcionários de empresas fabricantes de placas veiculares e despachantes do município, isso condicionado à aquisição de placas veiculares pelos proprietários nos estabelecimentos empresariais envolvidos.

O presidente do Detran, Arnon Osny Mendes Lucas, afirmou que, infelizmente, tomou conhecimento do envolvimento de alguns servidores do órgão, que alegavam estar em greve, no entanto, aproveitaram da situação para o cometimento de crimes. “A operação policial deflagrada no último dia 24 continuará, pois há suspeitas que em outras unidades paralisadas pela greve também esteja ocorrendo às mesmas fraudes”.

Outro lado
O advogado Alexandre Willian de Andrade, que defende o chefe da Ciretran em Lucas, Carlos Girotto, explicou, ao Só Notícias,  que "os dados inseridos são verdadeiros. Não tem nada de falso. Não existe necessidade de prisão. Entendemos que possa ter ocorrido uma infração administrativa, mas crime está descartado. Ele (Girotto) estava fazendo vistorias e colocando os dados no sistema e o policial entendeu que não poderia ter sido feito isso. Ele estava fazendo esse trabalho com único objetivo de ajudar a população por causa da greve. São pessoas que precisam viajar, empresas que precisam transportar e estavam enfrentando problemas devido a greve", explicou. "Ele não ganhou nada com isso. Só estava ajudando porque há greve dos servidores na Ciretran", afirmou. Alexandre está solicitando ao judiciário luverdense a soltura de Girotto.

O delegado da Polícia Civil em Lucas, Rafael Scatalon, que conduz as investigações, informou ao Só Notícias, que, no caso de Girotto, "não existe nada de propina. Não tem nada de corrupção. Em tese, ele querendo ajudar a população, agilizando atendimento (por causa que a maioria dos servidores da Ciretran está em greve) acabou descumprindo a lei".

(Atualizada às 15:20h)

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