A juíza da 1º Vara Criminal, Rosângela Zacarkim (foto), determinou a prisão, pela terceira vez, de um professor de 52 anos acusado de mandar matar Gerson dos Santos Garcia, 30 anos, no dia 30 de abril de 2012, em uma residência localizada no Jardim Botânico. Informações obtidas pela polícia apontam que o suspeito teria oferecido vantagens a uma das testemunhas “como a venda de uma casa pela metade do valor de mercado, em troca de depoimentos favoráveis perante o juízo”.
Consta na denúncia ainda que o réu teria procurado o próprio filho, que está detido na presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, para oferecer apoio jurídico, em troca da negação de um depoimento desfavorável prestado à Polícia Civil. “Nesse ponto, ressalta-se que, embora num primeiro momento a testemunha (o filho do suspeito) tenha afirmado ser o acusado o autor dos fatos, ao ser inquirida pelo juízo se retratou de suas afirmações”.
Rosângela destacou que a terceira prisão do réu se faz necessária para assegurar a conveniência da instrução processual. “As informações demonstram que, em liberdade, o acusado poderá continuar a constranger testemunhas, ou, até mesmo ameaça-las, com a intenção de impedir que prestem depoimento em plenário em eventual julgamento pelo Tribunal do Júri, colocando em risco a segunda fase do procedimento de instrução do processo a que responde”, afirmou a magistrada.
O mandado de prisão ainda não foi cumprido. O suspeito foi detido logo após o crime e ficou preso provisoriamente por 30 dias. Em seguida, foi solto e fugiu, tendo a prisão preventiva decretada. Detido pela segunda vez em fevereiro de 2013, ele conseguiu a revogação da prisão, em setembro do mesmo ano, e foi, outra vez, colocado em liberdade.
A ex-mulher da vítima relatou que o crime teve motivação passional. Segundo ela, o acusado tinha ciúmes de Gerson, com o qual tinha morado junto algum tempo antes. O suspeito, conforme o relato, teria feito várias ameaças à mulher, que procurou a polícia para denunciar a situação. Em sua versão, a ex-esposa relatou que soube por outras pessoas que o acusado pagou uma quantia de R$ 5 mil, mais uma motocicleta para dois jovens assassinarem Gerson.
Em depoimento, o professor negou envolvimento no homicídio e disse que teve um relacionamento amoroso com a vítima durante oito anos. Relatou ainda que se distanciaram sem qualquer desavença e que aceitou “normalmente” a separação. Ele explicou, no entanto, que foi obrigado a pagar várias contas de Gerson que chegavam em seu antigo endereço, onde haviam morado e que, por tal motivo, procurou a mulher da vítima para resolver a situação. Negou também ter a ameaçado.
A ex-mulher de Gerson foi a única testemunha presencial do crime. Ela detalhou que dois jovens invadiram o quintal da residência e a obrigaram a deitar no chão. Em seguida, mandaram a vítima também deitar e, um dos suspeitos, deu um tiro na testa de Gerson, que ainda tentou levantar, mas foi alvejado na cabeça por mais duas vezes. Ele chegou a ser socorrido com vida pelo Corpo de Bombeiros, no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu em um hospital.