Três policiais militares foram condenados pela Justiça de Mato Grosso a cinco anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto por tortura e violência contra um sapateiro. O crime ocorreu em 2007. A decisão é da juíza da 7ª Vara Criminal da capital, Selma Rosane Santos Arruda, proferida em janeiro deste ano e divulgada ontem.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, os policiais que atuavam na Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), torturam o sapateiro W.S.G, na época com 46 anos, para que confessasse participação no roubo da chácara de um sargento.
O crime ocorreu no dia 26 de novembro, por volta das 22h, nos fundos do condomínio Santa Inês, em Cuiabá. Foram condenados Darijarbas de Lima Albuquerque, Helbert de França Silva e Erlon Rodrigues Pereira.
A defesa alegou que "os acusados agindo em concurso de pessoas constrangeram W.S.G. com emprego de violência e grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico e mental, com o fito de obter informação e confissão".
Na denúncia, o MPE afirma que um dos presos mentiu sobre a participação do sapateiro por temer os policiais. Detido, a vítima foi agredida com chutes e abusado sexualmente com um cassetete para que contasse a localização de outros envolvidos.
O sapateiro negava o crime, mas as agressões continuaram até que foi levado para uma delegacia acusado de assalto. Em depoimento, ele contou que ficou preso por três meses pelo crime de roubo e sofreu trauma devido o ocorrido.
Os policiais também perderam os cargos, por determinação da Justiça.