O combate à receptação de produtos roubados e furtados demandou esforços da Polícia Judiciária Civil, nas investigações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos, que serão intensificadas em 2016. A receptação fomenta os roubos e furtos de produtos, principalmente de aparelhos celulares e eletroeletrônicos, e também a lavagem de dinheiro e o tráfico de drogas.
“A receptação é a força motriz de vários crimes. Financia os roubos, os furtos, o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro. Digo que a sociedade precisa se conscientizar da sua participação no cenário de roubos e furtos, uma vez que os produtos adquiridos com o crime são encomendados por receptadores, que sabem do mercado consumidor potencial, que irá adquirir aqueles produtos”, pontua a delegada da Derf, Elaine Fernandes da Silva.
Nessa linha de atuação, lojas de “fachadas” centralizaram várias das investigações da Derf, resultando na recuperação de cargas roubadas. No começo de 2015, um lote de 250 aparelhos de celular de última geração foi apreendido com um casal proprietário de uma assistência técnica na capital.
A delegada adjunta, Nubya Beatriz Gomes dos Reis, destaca que em todos os casos de roubos ou furtos de aparelhos de celular, havia a facilitação de funcionários do estabelecimento. “Ou deixam a chave ou avisam quando mercadoria nova está chegando”, disse.
Conforme Nubya, os bandidos subtraem os produtos já com destino certo, o receptador. “Furtam ou roubam sabendo para quem entregar, aqui em Cuiabá ou em outro estado, até mesmo fora do país. Estamos verificamos uma carga que saiu do país. Os aparelhos vão sendo ativando e pelo IMEI – código do aparelho -, a gente vai descobrindo onde estão. A recuperação é difícil, mas não é impossível. Este ano vamos nos dedicar a recuperar os aparelhos”.
“Uma parcela inconsequente da sociedade que atua como mercado consumidor dos produtos de origem ilícita é corresponsável pelos índices de roubo e furtos. Se não existisse compradores para estas mercadorias, a atuação tanto do receptador como dos ladrões seriam enfraquecidas”, finalizou a delegada Elaine Fernandes.