As ações de enfrentamento ao comércio e distribuição de drogas em pequenas quantidades nos bairros de Cuiabá e Várzea Grande, resultaram no fechamento de 210 pontos de vendas de entorpecentes, “bocas de fumo”, e prisão de 150 traficantes de pequeno e médio porte, neste ano.
De acordo com a Polícia civil, foram instaurados 703 inquéritos policiais, 623 inquéritos relatados, apreendidas 1.600 quilos de maconha, sete quilos cocaína, confeccionados 83 autos de prisão em flagrante, 98 Termos Circunstanciado de Ocorrência (TCO), além de expedidos 406 ordens de serviço.
O trabalho de mapeamento e desarticulação dos pontos foi realizado pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), em cumprimento as diretrizes da Segurança Pública e da Polícia Judiciária Civil para redução dos índices de roubos, furtos e homicídios na região metropolitana.
O delegado Vitor Chab Domingues, titular da DRE, explicou que o tráfico doméstico de entorpecente age com intensa comercialização de pequenas quantidades de drogas e cria raiz no bairro, causando temor e sensação de insegurança nos moradores e trabalhadores.
“Nesse local, há indiretamente a consumação de outros delitos, como furto, roubo, homicídio e até latrocínio, pois o usuário de droga, principalmente, aqueles que vivem à margem da miséria, cometem delitos e trocam mercadorias furtadas ou roubadas na boca de fumo, no intuito de adquirir a droga”, declarou o delegado por meio da assessoria.
Ainda de acordo com a assessoria da Polícia Civil, a investigação em bairros acaba sendo tão sensível quanto na fronteira. Os traficantes utilizam de vários mecanismos para impedir a ação da polícia. São “olheiros” e pessoas com celular em mãos que enviam mensagens instantâneas avisando que há policiais no local. Outra característica peculiar do tráfico doméstico, é que o criminoso não guarda grandes quantidades de droga na residência, esconde ou enterra.
“Então, a investigação se torna mais difícil, demorada e complexa, sendo necessário se fazer grande vigilância para analisar o local, movimentação de pessoas, obter provas e colher indícios”, analisa Chab.
De acordo com o delegado, a troca de informação tem acontecido principalmente nas ações deflagradas “Bairro Seguro”, onde os trabalhos são baseados nos relatórios produzidos pela Polícia Militar, tanto em Cuiabá quanto em Várzea Grande, que são encaminhados à Delegacia de Entorpecentes (DRE), que fica encarregada de representar junto ao Judiciário pelos mandados de buscas e apreensão. Após os deferimentos das ordens judiciais, os policiais civis em conjunto com militares, saem às ruas para o seu cumprimento.
O Núcleo de Inteligência da DRE iniciou neste ano planejamento junto com a Delegacia Regional de Cáceres e a Delegacia Especializada de Fronteira (Defron), para intensificar a atuação na região de fronteira, com objetivo de combater as organizações criminosas que atuam no carregamento de pasta base de cocaína, para coibir a entrada de entorpecente, que segue para outros estados do Brasil e a Europa, além da maconha que vem do Estado do Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai, e abastece a Grande Cuiabá.