Um homem apontado pela Polícia Civil como um dos maiores estelionatários do Estado e sua companheira foram presos pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERRFVA), ontem. Eles são acusados de se unirem a criminosos que estão presos para praticar golpes em pessoas que anunciam veículos para venda em sites da Internet em Mato Grosso e outros estados brasileiros.
De acordo com a polícia, o grupo fazia contato telefônico, via celular, com anunciantes de veículos à venda na internet. Na conversa, o suspeito usava nomes falsos e se identificando como “empresário” ou “servidor público”. Ele negociava e mostrava interesse em adquirir o veículo. Em seguida, fazia contatos com outras vítimas, geralmente proprietários ou responsáveis de estabelecimento de venda de veículos, denominadas “garagens”, oferecendo o mesmo veículo anunciado à venda pela primeira vítima, por valor convidativo abaixo da tabela. Com objetivo de fazer com que o “garagista” tivesse interesse pela oferta irrecusável. Depois, o golpista novamente entrava em contato com o vendedor fazendo com que apresentasse o veículo no estabelecimento do garagista.
Ao receber o veículo, o dono da garagem realizava o depósito ou transferência do valor integral ou parcial, na conta indicada pelos criminosos. Assim que depósito ou transferência bancária era realizado, rapidamente era sacada por um dos integrantes do grupo. E tanto o garagista quanto o vendedor ficam com os prejuízos.
De acordo com o delegado Marcelo Martins Torhacs, há situações em que a vítima combina de entregar o dinheiro em determinado local, previamente combinado com o suspeito. Nesses casos, comparsas do estelionatário junto com a mulher dele, terceiros ou ainda moto-taxistas (estes quase sempre não sabendo a origem ilícita do dinheiro), busquem a quantia com as vítimas.
Ainda segundo a assessoria, ontem eles foram presos tentando aplicar o golpe em um policial civil de Rondônia. Os investigadores da DERRFVA conseguiram intervir após realizarem a abordagem de uma moto-taxista, contratada pelo suspeito para buscar a quantia de R$ 8,5 mil com a vítima.
Em entrevista, a mulher afirmou não ter conhecimento da origem ilícita do dinheiro e apenas estranhou o fato do contratante ter pedido para ela se identificar à vítima como “sua sobrinha”. Ela também indicou a casa onde o casal residia.
Os policiais seguiram até a residência do casal e ao perceber a presença da polícia, o suspeito tentou se esconder dentro da caixa d'água, mas foi preso.
O suspeito deveria utilizar tornozeleira eletrônica, porém rompeu o dispositivo há algumas semanas. O equipamento foi encontrado na casa e apreendido. Além de responder pelos crimes de estelionato e associação criminosa, ele será indiciado pelo crime de dano qualificado, em razão de desobedecer a decisão judicial que o colocou em liberdade mediante monitoramento eletrônico.