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Cinco são indiciados por mortes de fazendeiros, vaqueiro e advogado em Mato Grosso

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Uma investigação desenvolvida pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil com a delegacia de Chapada dos Guimarães (67 quilômetros de Cuiabá) foi concluída com o indiciamento de cinco pessoas envolvidas no desaparecimento e morte de dois fazendeiros, um vaqueiro e um advogado. O inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário de Mato Grosso.

Pelos quatro homicídios, foram indiciados dois executores, que estão presos preventivamente. Além dos assassinatos, eles vão responder ainda por subtração de bens e veículos pertencentes às vítimas, ocultação e destruição de cadáver, falsificação de documentos e associação criminosa. Estes últimos crimes também foram atribuídos a outros três homem.

Os suspeitos estão envolvidos na trama que levou ao assassinato dos fazendeiros Tirço Bueno Prado e o filho, Joneslei Bueno Prado, no dia de maio de 2016. As vítimas eram moradoras de Apucarana (PR) e adquiriram uma propriedade rural no município de Planalto da Serra (256 quilômetros da capital), denominada fazenda “Sapopema”, localizada na estrada que liga o município a Paranatinga (373 quilômetros de Cuiabá). No local, pai e filho foram mortos depois de anunciarem a venda ou arrendamento da propriedade.

O terceiro assassinato é do vaqueiro Claudinei Pinto Maciel, 29 anos, ocorrido no dia 13 de maio do ano passado, quando ele foi à fazenda das vítimas Prado para tentar achar uma vaca que tinha fugido da área vizinha da fazenda. O vaqueiro foi surpreendido e morto por um dos homens que haviam tomando posse da fazenda.

A quarta vítima é o advogado Sílvio Ricardo Viana Moro, que foi morto no dia 18 de maio do mesmo ano. O corpo foi localizado, decapitado, no dia 19 de julho de 2016, na estrada do Lago do Manso, nas proximidades da comunidade Bom Jardim, em Chapada dos Guimarães. Ele foi assassinado por tomar conhecimento das mortes e não concordar com os planos dos criminosos em forjar o contrato de arrendamento da fazenda da família Prado. 

A investigação do desaparecimento dos fazendeiros teve início na Delegacia de Chapada dos Guimarães. Pai e filho residiam sozinhos no imóvel rural, localizado em uma região isolada, sem sinal para comunicação via telefone. A atividade econômica da propriedade era a pecuária e a renda obtida era devido à venda de gado.

Conforme o delegado Diego Alex Martimiano da Silva, inicialmente, a escassez de informações para identificar testemunhas foi a maior dificuldade da investigação. ”O local é de difícil acesso, ermo e tivemos dificuldade grande para identificar testemunhas desse crime extremamente complexo. Os corpos foram encontrados carbonizados e nossa maior dificuldade foi no tocante à identificação desses corpos e localização de testemunhas que pudessem ajudar na elucidação desse crime grave”.

O delegado acrescentou que o crime ocorreu em duas etapas. No primeiro momento, a organização criminosa objetivou grilar a fazenda de valor elevado, simulando o contrato de compra ou arrendamento. Mas os criminosos acabaram por assassinar os proprietários que estavam na terra. “As vítimas moravam num local isolado e os criminosos dificilmente acharam que seriam descobertos”.

Em meados de 2015, as vítimas, diante das dificuldades, decidiram que iriam vender a fazenda ou mesmo arrendar a propriedade. Elas anunciaram a venda ou arrendamento do imóvel rural, ocasião em que conheceram um dos acusados e o advogado, ambos residentes em Campo Verde.

Os dois agiam como “corretores informais” e se colocaram à disposição de pai e filho para oferecer a propriedade e auxiliar no processo de regularização da documentação da fazenda, que ainda não estava escriturada, pois havia apenas a “posse”.

Em 2016, os dois passaram a realizar negócios de corretagem e se tornaram amigos de um terceiro suspeito, natural de Nobres e residente na cidade de Rondonópolis. Este é considerado uma pessoa de alta periculosidade, suspeito da prática de vários homicídios nas regiões de Nobres e Rondonópolis. Ele também é envolvido em “grilagem” de terras.

Grilar a fazenda da família Prado foi plano elaborado por um dos suspeitos e o terceiro acusado. Eles iriam propor o arrendamento da propriedade e quando estivessem na posse da área, não mais efetuariam o pagamento.

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