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Investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro prende golpistas do ‘falso médico’ em Rondonópolis

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Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro identificaram quatro criminosos recolhidos na penitenciária Major Eldo de Sá Correia (Mata Grande), no município, como articuladores e operadores do golpe conhecido por fFalso médico”, que pode ter enganado cerca de 500 vítimas, parentes de pacientes internados em hospitais do Brasil. O lucro obtido com a execução do golpe está na ordem de 200 mil por mês.

A operação denominada “Hígia”, comandada pela 12ª Delegacia de Polícia de Copacabana (RJ), por meio do delegado titular da unidade, Gabriel Ferrando de Almeida e equipe, que estão em Rondonópolis, cumpriu oito mandados de prisão, sendo quatro contra presidiários da Mata Grande e quatro em desfavor de pessoas suspeitas de auxiliarem do lado de fora as ações criminosas.

As ordens judiciais foram cumpridas na última quarta-feira (26) e ontem na ação que contou com o apoio da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, por meio da Diretoria de Inteligência e Delegacia de Roubos e Furtos de Rondonópolis, e o Sistema Penitenciário da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sedjud). 

Um detento foi apontado na investigação como o chefe da organização criminosa. Ele atuava se passando por médico, na captação de informações de hospitais e pacientes. O criminoso era auxiliado por outros três todos presos na mesma cela, no raio I.

Do lado de fora contavam com apoio da mulher do principal suspeito, que também buscava informações de hospitais, captação de contas correntes e fornecimento de créditos para os celulares e recebia o dinheiro do golpe.

Em buscas na unidade prisional, os policiais apreenderam cinco celulares, 15 cadernos de anotações diversas como contas correntes e telefones de vítimas. O texto que os criminosos liam para as vítimas foi encontrado dentro de uma caixa de cotonetes.

Por telefone, os detentos conseguiram enganar vítimas em várias localidades do Brasil, cobrando dinheiro para realização de exames de urgência. O delegado da 12ª DP do Rio de Janeiro, Gabriel Ferrando de Almeida, informou que há seis meses os investigadores vinham trabalhando na identificação dos autores, que estão presos no presídio mato-grossense.

Conforme o delegado, a apuração do setor de busca eletrônica da 12ª DP de  Copacabana utilizou técnicas e medida cautelares, mediante prévia ordem judicial, na investigação, chegando ao monitoramento de 95 mil chamadas telefônicas, que totalizaram 1.930 horas de ligações. Foram interceptados 52 ramais telefônicos utilizados pelos criminosos.

Segundo a investigação, as vítimas dos criminosos são pacientes e hospitais localizados em diversos Estados do Brasil, tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Santa Catarina. O golpe tem abrangência nacional.

“Todos os partícipes possuem origem em Rondonópolis, sendo considerada a quadrilha mais especializada na execução dessa modalidade de fraude. Não se descarta o indiciamento, ao término das investigações, dos proprietários das contas correntes movimentadas pela quadrilha, fator este que pode aumentar consideravelmente o número de indiciados na investigação”, declarou o delegado Gabriel Ferrando.

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