Uma ação para cumprimento de mandado de prisão e busca e apreensão foi deflagrada pela Polícia Civil no município de Aripuanã, ontem, após investigação de crimes cometidos por servidores e pelo chefe da 62º Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) da cidade.
O chefe do Ciretran, que não é servidor de carreira, teve o mandado de prisão preventiva deferido pela Justiça, por cometer crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor por funcionário público, inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção passiva, prevaricação condescendência criminosa e associação criminosa.
Outros três servidores do Departamento de Trânsito do município também foram investigados e responderão pelos mesmos crimes, no inquérito policial instaurado há cerca de seis meses, que já foi concluído e relatado à Justiça.
No inquérito ficou constatado a existência dos delitos praticados por alguns servidores, juntamente com o chefe do Ciretran, que liberava veículos e Certificado de Registro de Veículo (CRV) para terceira pessoa, sem procuração nos autos do procedimento administrativo para liberação de veículos e do documento.
Entre outros atos ilícitos, também era alterado a data de recebimento quando um veículo era apreendido, inserindo no sistema informações falsas com relação ao dia da apreensão para favorecer o proprietário.
Os indícios apontam que o chefe da unidade de trânsito tinha conhecimento que seus servidores praticavam os mesmos crimes e acabaram se “ajustando” para a finalidade ilegal. Um dos servidores envolvidos, com a conivência do chefe, realizava vistoria em veículos fora da unidade do Ciretran, cobrando uma taxa no valor de R$ 100, o que não é autorizado pelo órgão.
Após as investigações, a Polícia Civil representou pelo pedido de prisão preventiva do chefe da Ciretran e pela busca e apreensão domiciliar da residência e do gabinete do suspeito, autorizados pela Justiça.
Com o mandado, os policiais efetuaram a prisão do chefe do Ciretran, que foi localizado em sua casa. Em buscas na Ciretran, os policiais apreenderam no gabinete dele 25 caixas de arquivos contento procedimentos de liberação de veículos e CRV, que serão analisados.
O delegado Alexandre da Silva Nazareth informou que servidor assumiu as práticas criminosas, alegando o interesse em ajudar pessoas próximas e pessoas que precisavam dos procedimentos e não tinham condições financeiras. No entanto, por ser o chefe do departamento, deveria coibir os crimes além de comunicar os fatos a Corregedoria do Detran. “A prisão preventiva do acusado se deu para garantir a ordem pública e pela conveniência da instrução criminal, uma vez que muitas testemunhas temem pela integridade física e preservação das provas materiais”.
Os indícios indicam que os delitos possivelmente ocorreram durante todo o ano passado. Em um dos casos descobertos, após cometer o crime em favor de uma mulher. A beneficiária ofereceu um carneiro para o chefe da unidade, aceitou o agrado.
O chefe da unidade pediu demissão do cargo no dia 12 de junho, poucos dias após ser interrogado sobre os fatos na delegacia da Polícia Civil.