Dez participantes do jogo suicida “Baleia Azul” já foram identificadas na grande Cuiabá. Elas relataram à polícia que os convites foram feitos por meio da rede social Facebook e também pelo aplicativo WhatsApp. As vítimas, todas mulheres, foram ouvidas pela Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat) e algumas delas apresentavam mutilações pelo corpo.
Delegado titular da Gecat, Eduardo Botelho diz que a identificação dos casos começou assim que o assunto veio à tona em Mato Grosso, com o suicídio de uma adolescente de 16 anos, em Vila Rica (1.259 Km a noroeste de Cuiabá). “Algumas delas já haviam sido ouvidas na semana retrasada, assim que tivemos conhecimento da existência do jogo no Estado e essa semana ouvimos mais vítimas”.
Segundo o delegado, uma lista de perfis falsos no Facebok e uma lista de números telefônicos foram repassados pelas vítimas e devem auxiliar na identificação de mais pessoas envolvidas, além de levar a polícia aos “curadores”. Em posse das informações, o Gecat solicitou às operadoras de celulares e ao Facebook informações sobre as pessoas que estão por trás dos convites.
Botelho explica que com o assunto em alta o Gecat chegou a identificar uma mulher que seria uma possível “curadora” na capital, mas o caso foi descartado após uma apuração que apontou que era um trote. “As pessoas, muitas vezes, aproveitam da situação para fazer trotes e brincadeiras de mau gosto e foi o que ocorreu neste caso”.
O delegado esclarece que o desafio é real e as vítimas são jovens e adolescentes que estão vulneráveis. “São pessoas que apresentam uma certa fragilidade psicológica e que acabam sendo alvos fáceis para esses grupos”.
O primeiro caso de vítima do desafio mortal que chegou ao conhecimento da polícia foi no dia 11 de abril em Vila Rica. O corpo da adolescente Maria de Fátima foi encontrado em uma represa. Conforme as investigações, ela participava do jogo e teria cumprido o último desafio, que é o suicídio.