A Polícia Civil continua ouvindo os suspeitos de envolvimentos na fraude milionária aplicada por funcionários em uma empresa de Sinop, do ramo de aço. O golpe causou um prejuízo de mais de R$15 milhões para o dono da empresa. O delegado Ugo Ângelo Reck, que conduz as investigações, disse ao Só Notícias, que os dois homens presos em flagrante em Sorriso, por envolvimento no esquema, tiveram prisões preventivas decretadas. Semana passada, quando foram expedidas, eram provisórias. “Agora, sete estão presos preventivamente na Operação Confideles, sem tempo de soltura definido. Tenho até domingo para relatar o inquérito e enviá-lo para o fórum”, afirmou o delegado. Foram 14 prisões (em Sinop, Sorriso, Tangará, Rondonópolis e demais cidades) incluindo de donos de empresas do setor de metalurgia, em várias cidades, acusados de comprar produtos desviados.
A investigação iniciou em janeiro, depois que a empresa fez uma denúncia, suspeitando que gerentes estariam desviando materiais (aço, perfis), por meio do cancelamento de notas fiscais de vendas. Mas os produtos não voltavam para o estoque e empresários receptadores pagavam aos gerentes e outros envolvidos presos. Na última sexta-feira, a Polícia Civil deflagrou a operação e foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e nove buscas e apreensões, em Sinop, Sorriso, Alta Floresta, Tangará da Serra e Rondonópolis. Também houve pedido judicial para sequestro de mais de R$ 7 milhões em bens móveis e imóveis dos envolvidos. A Polícia Civil representou pela apreensão de casas, automóveis e motocicletas de luxo, terrenos, uma fazenda, folhas de cheques que somadas chegam ao valor de R$ 200 mil, além de computadores, celulares, materiais e mercadorias da empresa. Em Sinop, foram apreendidas três motos, um veículo BMW e outros carros que seriam do gerente preso, apontado como o líder do esquema onde teriam sido desviados cerca de R$ 15 milhões.
O crime também contava com a participação de outros dois gerentes da empresa em Sinop, além de um representante comercial em Tangará da Serra e o gerente de expedição em Rondonópolis. A polícia acredita que, em dois anos, eles teriam cancelado cerca de 1.200 notas fiscais em dois anos. A estimativa é que o grupo desviava entre R$ 100 a 300 mil por mês”.