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Brigas por motivo fútil e disputa entre criminosos são as principais causas de homicídios em MT

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Apesar de grande parte dos homicídios em Mato Grosso ter usuários de drogas como vítima dos assassinatos, não há, na maioria dos casos, uma relação direta entre a morte e o tráfico de entorpecentes. As maiores razões para tirar uma vida são banais: a discussão na mesa de bar e a vingança. Em seguida, surgem a disputa por territórios do comércio de drogas, os crimes passionais e os crimes patrimoniais. Um exemplo recente de morte por motivo fútil foi do adolescente de 17 anos, em Várzea Grande. O motivo, a priori, foi uma desavença por uma pipa. O crime ocorreu no dia 9 deste mês.

“Apesar da grande redução de homicídios em Mato Grosso nos últimos dois anos consecutivos, 4% em 2016 e 13% em 2015, as principais causas para as mortes ainda são motivos banais, conforme estudo da Secretaria Nacional de Segurança Pública realizado no ano de 2015. Dificilmente você conseguirá reverter a vontade de quem quer matar, ou seja, a motivação do crime. Mas o instrumento utilizado, e no caso de nosso estado é a arma de fogo, pode e está sendo retirado das mãos dos criminosos. Sem as armas de fogo, não apenas mortes são evitadas, mas muitos outros delitos, como, por exemplo, os roubos”, comentou o secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas.

De acordo com o livro “Tratado de Criminologia Empírica”, de Marc Le Blanc, é raro que um assassinato seja cometido por um trabalhador no local de trabalho. É durante os momentos e nos locais associados ao ócio que as pessoas brigam e se matam. “Se os tempos livres – sobretudo festivos – fornecem o contexto do homicídio, será porque se registra uma intensificação da interação favorecida pelo consumo de bebidas alcoólicas. Todos discutem acesamente, gracejam, valorizam-se. Surge a palavra inapropriada, o gracejo ofensivo, a palavra injuriosa. Apoiados pelo álcool, os constrangimentos sociais desaparecem: não é necessário ser-se tão racional como em tempo normal”, diz um trecho da publicação.

Na pesquisa “Diagnóstico dos Homicídios no Brasil”, realizada em 2015 pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, que avaliou os assassinatos em 26 unidades da federação, observou-se que em Mato Grosso, a violência interpessoal, gangues e drogas são as causas dos homicídios. A presença de gangues, mercado ilegal de droga, falta da presença do Estado ainda em muitas regiões pelas grandes dimensões de Mato Grosso são problemas que precisam ser atacados. As forças de Segurança Pública já trabalham neste sentido.

“A apreensão de armas de fogo, a identificação e responsabilização penal de autores de homicídios, em especial os contumazes, o ataque aos pontos de comércio de drogas ilegais e o trabalho integrado entre as forças de Segurança Pública são os caminhos adotados para a redução da criminalidade violenta. Com o trabalho qualificado dos setores de inteligência policial e análise criminal, com ações e operações integradas, em especial a Bairro Seguro, acreditamos que em 2017 teremos índices ainda menores e muito mais sensação de segurança”, garantiu o secretário.

A arma de fogo é o principal meio empregado para tirar a vida do ser humano em Cuiabá e Várzea Grande. Dos 197 casos de homicídios na Capital em 2016, 74% foram com esse tipo de armamento. Em seguida, estão as armas brancas (facas) com 13% dos registros e 7% com objetos contundentes, como pedras. Já em Várzea Grande, os números são: 75% com armas de fogo, 13% com armas brancas e 10% com uso de objetos contundentes. E mais, as armas de fogo utilizadas para matar também são instrumento para roubos e outros delitos graves, o que levou as forças de segurança a priorizarem a apreensão, que já atingiu a marca de mais de quatro mil armas em 2016.

Na pesquisa “Diagnóstico dos Homicídios no Brasil”, é citado o estudo “Causas e Consequências do Crime no Brasil”, de Daniel Cerqueira. Ele aponta que a proliferação da arma de fogo parece ter sido o fator mais importante para explicar o aumento dos homicídios na década de 1990. No período de 1991 a 2000, houve aumento de 33,3% na demanda por armas, o que resultou em 44 % na taxa de homicídios. Enquanto a redução de 29,5% no consumo de drogas ilícitas resultou em redução de 7,6% na taxa de homicídios.

Já os homicídios de mulheres estão relacionados a causas e fatores de risco bem diferentes dos homens. Enquanto para estes os assassinatos parecem estar mais ligados aos conflitos interpessoais, gangues e drogas, as mulheres são vítimas de questões relacionadas a conflitos intrafamiliares e têm como algozes, na grande maioria das vezes, os próprios parceiros.

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