Um lobista foi preso em flagrante, em Cuiabá, esta tarde, por corrupção ativa, acusado de oferecer dinheiro a vários servidores da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra) para obter vantagens para as empresas representadas, tais como liberação de pagamentos sub júdice e cancelamento de rescisão contratual unilateral, entre outros. Ele é acusado de oferecer R$ 20 mil para um servidor do setor jurídico da Sinfra para que fosse alterado o parecer que apontou para o rompimento do contrato com a empreiteira no caso da obra que teve o contrato rescindido recentemente. A empresa que ele alega representar já tinha recorrido à justiça para manter o contrato, porém seu pedido foi indeferido.
O lobista também é acusado de oferer R$ 100 mil a uma servidora para que agilizasse pagamentos para seis empresas que prestaram serviços à secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra) na gestão anterior. Os pagamentos foram suspensos e passam por auditagem para comprovar a realização dos serviços alegados. "O lobista ainda atuou de forma ostensiva oferecendo propina a outros servidores, quando obtinha a recusa. Tentava quebrar a cronologia de pagamentos de medições que aguardam a conclusão de auditorias para checar a autenticidade e legitimidade dos débitos alegados", informa o Gabinete Estadual de Comunicação.
Ao ser preso, o suspeito abordou pessoalmente um servidor da Sinfra e anotou em um papel o valor da propina que daria pelo atendimento de seu pedido. A operação foi conduzida pelos delegados da Defaz Sylvio do Vale Ferreira Júnior e Marcio Moreno Veras, por determinação da titular da pasta, Cleibe Aparecida de Paula. "Todos os indícios apontavam para uma conduta do representante das empresas que procurava servidores, inclusive fora do horário de expediente, e oferecia uma vantagem de cunho econômico para que estes servidores beneficiassem as empresas as quais ele representava. A partir deste momento a Defaz começou a apurar o caso, e quando recebemos a informação de que ele estava na Sinfra oferecendo vantagem econômica a um servidor, efetuamos a sua prisão", explica Sylvio do Vale, que preside o inquérito.
Após ser ouvido na Defaz, o lobista foi encaminhado para a sede da Polinter em Cuiabá até a audiência de custódia em que o poder Judiciário decidirá se o mantém preso ou o liberta até a conclusão do inquérito.
A partir da denúncia dos próprios servidores e o secretário Marcelo Duarte acionou o Gabinete de Combate à Corrupção e a Delegacia Fazendária, que investigou o caso, em conjunto com a Delegacia Fazendária da Polícia Civil, reunindo várias provas da ação do lobista, como abordagens feitas pessoalmente e também pelo aplicativo WhatsApp. Ele tentava marcar encontros fora da secretaria e chegou a ir à residência de um dos servidores. Apesar da insistência e dos altos valores oferecidos, nenhum dos servidores abordados aceitou as propinas oferecidas. "Fico feliz por ter uma equipe que compreendeu a filosofia do nosso governo, de tolerância zero com a corrupção. E todos aqueles que nos abordarem com esse tipo de proposta terão o mesmo tratamento”, disse Marcelo, através da assessoria.