Os cerca de 20 mil profissionais da Educação de todo o Estado podem paralisar os trabalhos a partir do dia 29 de agosto, após a assembléia que acontece em Cuiabá. O secretário de Formação Sindical do Sintep de Mato Grosso, Gilmar Soares Ferreira, esteve reunido com representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública dos municípios de Sinop, Vera, Cláudia, Sorriso e União do Sul, no último sábado, em Sinop, para discutir e analisar as propostas do governo em relação aos dados contidos na ‘Cartilha Salarial’, elaborada pelo próprio sindicado.
Entre as reivindicações dos profissionais que constam na cartilha está a reposição salarial de 16,36%, referente às perdas salariais da classe. “Hoje nós vimos que é possível o governo, através dos recursos e da arrecadação para a Educação, aplicando a parte do imposto de renda retido na fonte e também que ele apresente os números relativos aos recursos de transferências, de que aplicando 65% dos recursos da Educação, fornecer um salário de forma a garantir o poder de compra para os profissionais”, disse Gilmar, ao Só Notícias.
Segundo ele, a classe ainda está aguardando uma posição do governo. “Com os números (da cartilha) está provado que é possível fazer o reajuste de 16,36%. Nós não temos ainda uma posição(do governo), o que nós temos ouvido são discursos que ele tem feito, dizendo que tem aplicado o máximo na educação, e que tem feito o melhor para a qualidade na educação”, complementa. Ele ressaltou que alguns profissionais recebem uma gratificação de 12% sobre o salário, mas ao se aposentarem ou saírem de licença, perdem esse direito. A proposta da classe é de que esse percentual seja incorporado no salário.
O sindicalista também relatou outros problemas no setor educacional mato-grossense como as situações precárias de muitas escolas e o transporte escolar, em que o governo não firmou convênios com os municípios. “Tem escolas que estão há quatro meses sem receber recursos do Governo do Estado, tendo que, os próprios professores, levarem materiais de limpeza e fazer festinhas para manter a escola”, relatou, indignado.
“Se o governo não resolver essa questão da reposição salarial, se não apresentar um calendário de reforma das escolas de forma a garantir a integridade física dos alunos nas salas de aulas, se não passar os recursos para a escola funcionar adequadamente, nós vamos estar propondo que a categoria suspenda as atividades a partir do dia 29”, completou Gilmar.
Cleufa Hübner, presidente da sub-sede do sindicato em Sinop, relatou que estarão mobilizando todos os profissionais em uma assembléia nos próximos dias e que poderão aderir a paralisação. “Estaremos mobilizando toda a categoria. No dia 29 estaremos em Cuiabá com estes encaminhamentos. Caso o governo cumpra a promessa do não atendimento à categoria, é bem possível que nós estaremos fazendo uma nova paralisação”, relatou.
Se decidida a nova paralisação, cerca de 16 mil alunos só em Sinop ficarão fora das salas de aulas.