Quatro profissionais de educação da rede estadual de ensino receberam ontem, em Brasília/DF, o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC), pelo trabalho desenvolvido dentro das unidades escolares, com o objetivo de estimular a convivência social, integrando comunidade, aluno e escola e o exercício da cidadania.
A premiação foi realizada durante o Seminário Nacional Ética e Cidadania, que reuniu coordenadores de fóruns escolares de 170 escolas, além de representantes de secretarias estaduais e municipais de educação e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Para a professora e coordenadora do projeto da Escola Estadual João Vicente de Paula, em Sinop, Cinthia Lopes Branco, o fato de ter tido o projeto selecionado e receber o prêmio, significa uma vitória tanto para os profissionais da educação quanto para os alunos.
“Ninguém tem idéia do esforço que fazemos para a construção da cidadania dentro da escola, pois hoje o mundo oferece para os alunos novas tecnologias e, com isso, eles vão se distanciando da escola. Sendo assim, precisamos envolvê-los em projetos que ajudem na construção da cidadania, para que sejam cidadãos preocupados com a realidade local”, salientou a professora.
A Escola Estadual São Vicente de Paula enviou um projeto do Ensino Médio sobre a criação do “I Fórum de ética e Cidadania”, que visa debater questões relacionais a violência como: ética, a convivência democrática e a inclusão social. A intenção é que do fórum seja produzida a “Carta sobre os Direitos Humanos em Sinop”.
Representando a Escola Estadual Diva Hugueney Siqueira de Bastos, em Cuiabá, a professora Valquíria Lopes Brandão demonstrou a alegria e satisfação por estar ali entre as melhores. “Sabemos que escolas de todo o Brasil enviaram projetos, e o fato de termos quatro selecionadas de Mato Grosso é reflexo da busca cotidiana de um ensino melhor e mais promissor para nossos alunos”, frisa.
A escola Diva Hugueney enviou o projeto com o nome Parque Aroeira. Ele visa transformar uma área de cerrado, onde tem uma lagoa, em um Horto Florestal para a comunidade do bairro Aroeira. Para isso, buscam parcerias com instituições governamentais e não-governamentais. “Esse prêmio vai para toda equipe do projeto e para a comunidade Aroeira, temos certeza que vamos conseguir realizar esse sonho”, finalizou.
Mais duas escolas estaduais, localizadas no interior do Estado, Dom Bosco, em Alta Floresta e João Ponce de Arruda em General Carneiro, também foram premiadas. Pela João Ponce de Arruda representou a escola a professora Carlia Camalho. A s unidades apresentaram os projetos com os temas “Inclusão Social através da Leitura” e “Resignificando Relações Sociais no Lugar em que Vivemos”. Além das escolas de Mato Grosso, outras 166 unidades de Estados e municípios de todo Brasil também foram premiadas.
A ação foi desenvolvida em parceria entre o MEC e a Unesco. Os recursos da premiação (R$ 5 mil para cada escola) devem ser investidos na elaboração e aquisição de materiais didáticos e na formação continuada de professores.
Durante a abertura do Seminário Nacional do Programa Ética e Cidadania, o secretário executivo do MEC, Jairo Jorge da Silva, destacou o papel da escola no desenvolvimento de valores dos futuros cidadãos. “Vivemos hoje um momento de violência e a escola deve disseminar valores que estimulem o indivíduo a construir ações de interesse de todos”. Ele ainda ressaltou que o investimento no professor é a chave para melhorar a qualidade na educação pública.
Para a diretora de ensino médio da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Lúcia Lodi, o programa apóia a criação de fóruns de ética para as comunidades escolar e local discutirem questões presentes na sociedade. Atualmente, mais de 1.700 escolas já possuem fóruns semelhantes. “O resultado desse trabalho será a redução da violência, da indisciplina, da intolerância e a valorização da vivência em grupo”, prevê.