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Mato Grosso é o pior em matrículas na educação profissional no Centro-Oeste

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A maior parte dos cursos de qualificação profissional oferecidos no Brasil está concentrada nas regiões Sudeste e Sul, aponta o Anuário de Qualificação Social e Profissional.

O documento foi divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Voltado a gestores das áreas de trabalho e capacitação dos trabalhadores, a publicação reúne, pela primeira vez, informações sobre ações de qualificação profissional desenvolvidas tanto por organismos públicos como privados, referentes ao período de 1995 a 2005. Também traça um perfil dos beneficiários e traz indicadores educacionais. Os dados são apresentados com recortes por região; unidade de federação; faixa de renda; gênero; e raça.

No que se refere à educação profissional de nível médio, por exemplo, o levantamento indica que de um total de 747,9 mil matrículas (dados de 2005), 61,2% concentravam-se na região Sudeste e 22,1%, na Sul. A região Norte respondia por 2,9% das matrículas; o Centro-Oeste, por 3,7%; e o Nordeste, por 10%.

Em termos de unidades federativas, o estado de São Paulo apresentava o maior percentual de matrículas: 35,4%.

“Se analisarmos pela população relativa, como a população de São Paulo é a maior do Brasil, até que temos uma correlação válida”, disse o diretor do Departamento de Qualificação da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do ministério, Almerico Lima. “Ao mesmo tempo, verificamos que estados que estão emergentes, como os do Centro-Oeste, recebem um percentual muito menor de investimentos e de recursos”.

Segundo o anuário, o maior percentual de matrículas na educação profissional de nível médio da região Centro-Oeste estava no estado de Goiás: 1,4%. Em seguida vinha o Distrito Federal, com 1% do total de matrículas; Mato Grosso do Sul e Mato Grosso estavam com 0,7% e 0,6%, respectivamente.

Para o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril pelo Ministério da Educação, ajudará a diminuir a concentração de cursos de qualificação profissional no Sul e no Sudeste.

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou recentemente, através do PDE, um investimento para criar mais de 100 escolas técnicas em vários pólos. Isso vai fazer a descentralização desse ensino técnico público”.

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o anuário é de fundamental importância para o ministério, uma vez que faz uma “radiografia da qualificação” no Brasil. Com isso, acrescentou, os gestores poderão “saber onde precisam qualificar, onde precisam agir com mais força”.

Segundo Almerico Lima, no país há uma demanda grande por parte das empresas por trabalhadores qualificados, que varia de região para região. Na avaliação dele, o anuário é um instrumento que permitirá a maior aproximação entre a oferta e a demanda.

“Não adianta querer fazer um curso de gastronomia numa região onde a demanda é de construção civil. Temos que colar demanda e oferta e adequar os cursos à população”.

Com o melhor planejamento das ações, os gestores também poderão diminuir o desperdício de recursos, de acordo com o diretor.

“No Brasil não existe um sistema nacional de formação profissional, por isso convivem diversas ações que são muito importantes, mas que estão dispersas. Dessa forma há repetições de cursos, superposições, e, com isso, o desperdício de recursos”.

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