Com a preocupação de estabelecer novas metas para a melhoria do sistema educacional mato-grossense, o Governo do Estado inicia a discussão do Plano Plurianual do Estado para o quadriênio 2008/2011 do setor da Educação. As discussões para estabelecer a política do setor tiveram início com o Seminário sobre Educação Básica, aberto nesta segunda-feira, pelo governador Blairo Maggi e o secretário de Estado de Educação Ságuas Moraes.
Maggi voltou a afirmar a necessidade de reforçar as políticas voltadas à Educação, principalmente com foco no futuro e no desenvolvimento de Mato Grosso. “Queremos e precisamos estabelecer discussões e propostas que possam realizar uma gestão voltada aos bons resultados nos índices educacionais”, argumentou o governador. Segundo ele, o Estado necessita urgentemente reverter os índices insatisfatórios do setor.
“Educação com bons resultados refletem o desenvolvimento futuro de um estado”, concluiu Maggi, que assistiu as palestras do professor Mozart Neves Ramos sobre índices e metas educacionais.
Na abertura do seminário, o Coral Vésper, da Escola Estadual José Leite de Moraes, de Várzea Grande, apresentou diversas canções. O coral é composto por crianças e adolescentes de 7 a 14 anos.
Melhoria dos índices educacionais requer metas e investimentos
Na avaliação do pesquisador do CNPq e ex-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação, Mozart Ramos para que haja a melhoria dos índices educacionais brasileiros, os gestores devem ter como principal desafio a redução da distância entre o PIB e o IDH. De acordo com o pesquisador, enquanto que no ranking mundial o Brasil ocupa a 10ª posição, quando o assunto é o Índice de Desenvolvimento Humano, essa posição cai para 63º lugar.
“Todos somos conscientes de que as melhorias são em longo prazo, e para isso, o Governo deve ampliar o percentual do PIB para a Educação”, citou Mozart dando como exemplo que os atuais 3,5% aplicados no setor pelo Governo Federal sejam ampliados gradualmente até atingir 5% o que equivaleria a 20 bilhões, ou, 5% dos investimentos previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Mozart argumenta que com o aumento nesse percentual, o Brasil teria condições de igualar os investimentos por aluno nas mesmas condições praticadas em países sul-americanos como Chile e Argentina.
Outro ponto apresentado pelo professor é na gestão escolar, que para obter melhores avanços deve fortalecer a sua autonomia com mais controle social. “O que a gestão educacional ainda carece é de estipular metas, estabelecer índices de melhoria do desempenho para alcançar resultados mais satisfatórios”, observou o pesquisador ao apresentar diversos dados referentes ao Ensino Fundamental e Médio no País.
Mesmo com índices ainda insatisfatórios nos investimentos, o que reflete conseqüentemente nos resultados escolares, o Brasil conseguiu avançar em alguns ponto no setor educacional. Um exemplo é o tempo médio que um estudante leva para concluir as oito séries do Ensino Fundamental, que em 1991, era de 11,7%. Passados mais de dez anos, em 2005 foi constatado que esse tempo médio diminuiu para dez anos, mas ainda há que ser melhorado.