Os trabalhadores da educação de Várzea Grande, em greve desde quarta-feira, encaminharão nota de repúdio para o Ministério Público e para a prefeitura pelo descaso da administração municipal com a educação. De acordo com a presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep, Maria Aparecida Cortez, a prefeitura deixou de cumprir compromissos firmados com os trabalhadores, como a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) elaborado pela categoria, optando por um novo plano, feito por uma empresa, “que é extremamente prejudicial, porque terceiriza serviços e tira direitos dos trabalhadores”, afirmou.
A decisão foi tomada hoje, em assembléia realizada pelos trabalhadores e que também colocou em discussão a falta de conservação das escolas municipais. A partir da próxima segunda-feira, o Sintep/VG irá preparar o dossiê das escolas, que, de acordo com Cida Cortez, colocam a vida dos alunos em risco. “Há escolas que foram condenadas por laudos da vigilância sanitária e do corpo de bombeiros e continuam em funcionamento. Tem um caso em que a fiação está tão antiga que os alunos levam choque ao acender a luz, por exemplo”, denunciou.
Os trabalhadores estão acampados em frente à prefeitura de Várzea Grande desde o início da greve. No dia 14 será realizada assembléia com o conselho de representantes, seguida de assembléia geral. O Sintep irá encaminhar o PCCS proposto pelo município para os 129 municípios onde há subsedes da entidade. “Este plano é tão ruim que sentimos a necessidade de levar ao conhecimento de todos”, declarou Cida Cortez.
A presidente afirmou que o sindicato irá requisitar ao Ministério Público um relatório detalhado do processo licitatório para contratação da empresa que elaborou o PCCS, qual o valor do contrato e o prazo de entrega.