O ensino público no Brasil é ruim, em Mato Grosso continua indo de mal a pior e em Cuiabá só uma unidade de ensino se salva. Dados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Educação, são pródigos ao condenar o modelo que se aplica no ensino do Estado: eles revelam uma educação cujos resultados estão abaixo da média nacional. Justamente no momento em que professores estão em greve e alunos sem saber o que fazer, a espera de uma solução.
Os números são duros. Mato Grosso ficou com 45,214 de nota, abaixo da média nacional, que foi de 48,144. Cuiabá ficou com 43,178, ainda assim puxado pela excelente nota do Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (Cefet), antiga Escola Técnica Federal. A escola federal ficou com 67,22 na média, mas que na prova objetiva chegou a 72.47. A escola teve ainda um alto índice de participação no Exame: de 341 formado ou formandos, 237 fizeram as provas.
O Exame Nacional de Ensino Médio destina-se aos alunos que já concluíram o
ensino médio (egressos) ou irão concluí-lo ao final do ano de realização do exame
(concluintes). Ele foi realizado em agosto do ano passado.
Sem contar os dados divulgados hoje, Mato Grosso ocupava o 12º lugar no ranking do Enem. Seguindo o resultado do Brasil, melhorou o desempenho comparado a 2006, quando estava em 16º lugar na prova objetiva. Os alunos que concluem o terceiro ano em 2007 tiveram nota geral de 47,08 contra 33,91 em 2006. Na redação, a melhoria foi menor, saindo da 25ª colocação para 23ª, com notas de 47,96 em 2006 e 52,55 este ano.
Em 2004, estudantes de escolas públicas do Estado tiveram a média 37,73 na objetiva e 43,28 na redação. Ou seja: este ano melhorou um pouco, mas nada que possa alterar a classificação. Até porque o perfil parece o mesmo. Os resultados de 2004 mostraram que, na parte objetiva do exame, os participantes tiveram mais dificuldades na competência que avalia a capacidade de relacionar informações, representadas de diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
Desde sua implementação, em 1998, a adesão ao Enem tem crescido sistematicamente, atingindo em 2007 a marca de 2.738.617 participantes, sendo 83,4% os estudantes que declararam ter cursado todo o ensino médio em escola pública.