Gera preocupação na comunidade acadêmica o fato do projeto de criação da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) estar parado no Ministério da Educação (Mec), em Brasília. Com isso, professores do campus local da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e membros da Comissão de Criação da UFR se reuniram anteontem para tomar medidas para pressionar uma posição do Mec quanto à emancipação do campus. O alerta é que a demora na resposta inviabilize a criação da nova universidade.
Os professores Cecília Fukiko Kamei Kimura, pró-reitora do campus de Rondonópolis, Lindalva Maria Novais Garske, diretora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), e Paulo Isaac, membro da Comissão de Criação da UFR, estiveram na redação de A TRIBUNA para externar a preocupação quanto à falta de resposta por parte do Mec e, ao mesmo tempo, repassar as novas medidas a serem tomadas pela comunidade universitária quanto ao assunto.
A reunião sobre a criação da UFR com o ministro da Educação, Fernando Haddad, em 31 de julho de 2008, vem sendo tomada como referência pelos professores. Na ocasião, o ministro prometeu fazer uma análise do projeto técnico de emancipação do campus, decidindo ou pela emancipação imediata ou pela apresentação de uma análise chamada de “caminho prévio de sustentabilidade”, o qual apontaria as necessidades que precisariam ser supridas tecnicamente para a criação da universidade.
Os professores destacaram que o ministro daria um parecer até outubro de 2008, mas até hoje não deu resposta. No entanto, destacaram que não vem esperando resposta pela criação ou não da universidade. Isso porque, segundo o repassado pelo ministro na ocasião, a criação da UFR no Governo Lula foi dada como certa. “O que o Mec ficou de entregar foi uma posição se emancipa o campus agora ou se temos de preparar o caminho para a emancipação. Se tivermos de preparar o caminho, ele tem de nos informar o que fazer”, esclareceu Paulo Isaac.
A falta de reposta do Mec, segundo o professor Paulo Isaac, gera preocupação principalmente, na área orçamentária, tendo em vista que há toda uma necessidade de recursos humanos e infraestrutura, caso a universidade seja criada, que precisa entrar no orçamento de 2010, justamente o último ano do Governo Lula. Caso a criação da UFR não entre no orçamento de 2010, discutido e aprovado em 2009, os professores enfatizaram que fica muito mais difícil concretizar o sonho da nova universidade.
“Nós aguardamos uma resposta até outubro de 2008. Retomamos a discussão sobre a emancipação em fevereiro deste ano, e começamos a nos mobilizar novamente. A emancipação nos traria grandes benefícios, não somente para o campus, mas para toda a comunidade. Por termos essa clareza, é que estamos retomando essa discussão”, justificou a professora Cecília Fukiko.