PUBLICIDADE

Vestibular Unificado gera polêmica e traz preocupações

PUBLICIDADE

Está confirmado. Será no dia 5 de maio, às 8h, no Teatro Universitário, o grande debate na UFMT sobre o vestibular unificado, articulado pela Adufmat, que é a Associação dos Docentes da UFMT/ANDES-SN. A questão é: a UFMT vai aderir ou não a este novo modelo? O assunto tem gerado grande polêmica não só dentro das universidades de todo o país, mas também nos cursos vestibulares e nas escolas de modo geral. Além disso, é uma preocupação dos pais de alunos, próximos candidatos a uma vaga no tão sonhado ensino superior. Fica claro que o assunto mexe com a vida de muitas pessoas e com a Educação de modo geral.

No entanto, a decisão sobre a mudança no vestibular veio de Brasília, do Governo Federal. Não houve um debate prévio com as comunidades acadêmicas. A equipe da Educação do Governo Lula entendeu que o modelo vigente de vestibular não funciona. E que é preciso mudar.

Essas mudanças – é preciso perceber isso – estão embutidas em um pacote maior, que é o REUNI (Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). Esse programa implica na ampliação de vagas nas federais. O que a princípio, lógico, é bom. Acontece que não há uma política clara de ampliação estrutural das federais, para receber essa nova clientela. Há, sim, é o anúncio de cortes na Educação. Portanto, já estão ocorrendo escassez de professores e sobrecarga para os que já estão atuando. Os laboratórios, por exemplo, que nunca contemplaram um ensino de qualidade, não estão sendo equipados no mesmo ritmo em que o governo aposta na ampliação das vagas. A biblioteca sofre do mesmo problema, com livros defasados e ainda longe de atender às necessidades de uma universidade. O Restaurante Universitário já está privatizado, conforme disse, nesses termos a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, em audiência com os três segmentos da Universidade – professores, alunos e técnicos-administrativos. O risco é que o governo entulhe alunos nas federais e não dê condições estruturais para que eles sejam de fato formados. O risco é ainda de um programa ter foco em resultados eleitorais, como o de mascarar a baixa entrada de jovens nas universidades. O risco, por fim, maior é o sucateamento das federais, o que já vem ocorrendo em outros processos, como é público e notório.

O REUNI, assim como o ProUni, que abre vagas em faculdades particulares, preocupam a quem defende o ensino superior, público, de qualidade, laico (sem opção religiosa) e referenciado, porque, no caso do ProUni o governo favorece a escolas particulares ao invés de investir nas públicas.

É importante ressaltar que as universidades federais têm autonomia. Algumas, como a federal da Bahia, já aderiu à mudança. E a UFRGS, vetou.

Quem vai decidir se a UFMT vai entrar nesse modelo é o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), órgão deliberativo superior da Universidade, em matéria de natureza acadêmica. O Consepe se reuniu extraordinariamente no último dia 22, após o feriado de Tiradentes, às 13h30, no campus de Cuiabá, para tratar de uma pauta única: o sistema de seleção unificada. Mas por perceber a pressão que vem da comunidade acadêmica preocupada com a questão, e sem entender ainda o que isso tudo vai gerar, adiou a decisão para o dia 11 de maio.

As mudanças no vestibular chegaram como uma “avalanche” sobre a comunidade acadêmica, que não refletiu coletivamente e abertamente sobre o assunto. Há, portanto, o risco de uma decisão “a toque de caixa” patrolar, mais uma vez, o processo democrático dentro da UFMT.

“O assunto, de tamanha importância, não foi discutido, não pode ser imposto, e, inclusive, fere a autonomia das universidades públicas e possivelmente vai prejudicar alunos em seus estados. Temos que parar com essa ditadura velada imposta pelos orgãos constituídos. Queremos é um amplo debate sobre o assunto”, defende o presidente da Adufmat, Carlinhos Eilert, se posicionando pelo adiamento da decisão até que haja o devido debate.

A Adufmat não tem assento no Consepe. A representação dos docentes se dá por meio de membros de cada um dos institutos e pelas classes de auxiliar, assistente, adjunto, associado e titular.

O debate de terça-feira foi encaminhado na última Assembléia Geral da Adufmat. Os professores, presentes na AG, entenderam que o assunto é de grande relevância e essa decisão de mudar o vestibular irá refletir na vida do país e das pessoas. Portanto, precisa da anuência da sociedade esclarecida sobre o assunto.

O DCE e o Sintuf também vão estar presentes no debate. A reitoria será convidada. Assim como toda a sociedade mato-grossense.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Estudante de MT é premiado por pesquisa sobre controle e qualidade de água para bovinos

O estudante Allessandro Brocco, da Escola Técnica Estadual de...

Reitora da UFMT toma posse em cerimônia do Ministério da Educação em Brasília

A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),...

Servidora do IFMT conquista prêmio Jovem Investigadora em Portugal com dissertação

A servidora Camila Beatriz Bennemann, do campus Tangará da...
PUBLICIDADE