A Justiça Federal deferiu a liminar expedida pelo Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo) para garantir o atendimento de pelo menos 30% dos fiscais federais agropecuários, em greve desde segunda-feira.
Milton Bellincanta, presidente do Sindifrigo, informou agora há pouco ao Só Notícias que a decisão já vai amenizar todos os problemas do setor frigorífico, uma vez que irá reativar a emissão do Certificado Sanitário Internacional (CSI) nos frigoríficos do Estado, documento necessário à exportação.
Os fiscais aprovaram no fim da tarde de ontem a continuidade da greve por tempo indeterminado e deverão reduzir em 30% a certificação do abate para o mercado interno nos frigoríficos. Praticamente 100% dos fiscais agropecuários de Mato Grosso aderiram à greve nacional da categoria. Os fiscais reivindicam isonomia entre ativos, aposentados e pensionistas, concursos públicos, fim do contingenciamento do orçamento do ministério e aumento em 2006, e reestruturação orçamentária, entre outros.
“Os frigoríficos são os mais prejudicados com essa greve. Considero uma incoerência muito grande. O veterinário está prejudicando a empresa para o qual ele presta serviço para forçar seu ‘patrão’ a dar aumento. No Mato Grosso do Sul, nenhum veterinário aderiu a greve”, afirmou.
Bellincanta ainda condenou a decisão dos fiscais agropecuários de Mato Grosso de suspender o abate de animais aos sábados. “É uma medida muito prejudicial. Também fomos obrigados a suspender os embarques internos até que tudo se resolva”, salienta.
O problema é agravado, segundo o presidente, pela falta de espaço para armazenar tanto produto. Os prejuízos, segundo ele, chegam a US$300 mil por dia, que são deixados de movimentar. Dos 18 mil animais que vão para o abate diariamente em Mato Grosso, Milton ressalta que pelo menos 30% deve ser reduzido nesta semana.
No caso do Frialto, frigorífico instalado em Sinop que exporta para vários países, Milton informou que mesmo com a liminar, podera ser necessária uma redução de 30% a partir de segunda-feira. Das 600 cabeças abatidas diariamente, o frigorífico deve reduzir para 420.