Praticamente 100% dos fiscais agropecuários de Mato Grosso aderiram à greve nacional da categoria. Com isso, está suspensa a certificação para exportações de carnes ao frigoríficos mato-grossenses. O Sindifrigo – Sindicato dos Frigoríficos do Estado de Mato Grosso – entrou ontem com uma liminar pedindo a retomada dos trabalhos, que estão causando inúmeros prejuízos para o setor, que fica impossibilitado de exportar carnes para outros países.
O presidente do Sindifrigo, Milton Bellincanta, disse que a Justiça deu um prazo de 72 horas para os fiscais se manifestarem, antes de deferir ou não a liminar. “Os frigoríficos são os mais prejudicados com essa greve. Considero uma incoerência muito grande. O veterinário está prejudicando a empresa para o qual ele presta serviço para forçar seu ‘patrão’ a dar aumento. No Mato Grosso do Sul, nenhum veterinário aderiu à greve”, afirmou.
Bellincanta ainda condenou a decisão dos fiscais agropecuários de Mato Grosso de suspender o abate de animais aos sábados. “É uma medida muito prejudicial. Também fomos obrigados a suspender os embarques internos até que tudo se resolva”, salienta.
O problema é agravado, segundo o presidente, pela falta de espaço para armazenar tanto produto. Os prejuízos, segundo ele, chegam a US$300 mil por dia, que são deixados de movimentar. Dos 18 mil animais que vão para o abate diariamente em Mato Grosso, Milton ressalta que pelo menos 30% deve ser reduzido nesta semana.
No caso do Frialto, frigorífico instalado em Sinop que exporta para vários países, Milton informou que a redução de 30% será a partir de segunda-feira. Das 600 cabeças abatidas diariamente, o frigorífico vai reduzir para 420. Os fiscais entraram em grave e reivindicam isonomia entre ativos, aposentados e pensionistas, concursos públicos, fim do contingenciamento do orçamento do ministério e aumento em 2006, e reestruturação orçamentária, entre outros.