Representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores dos municípios de Sinop, Vera, Marcelândia e Feliz Natal, estão reunidos no Siticom em Sinop, com o presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias de Mato Grosso, Ronei de Lima, para definir como será realizado o movimento, na próxima quarta-feira, contra a lentidão do Ibama em liberar planos de manejo para que madeireiras possam extrair árvores próprias para industrialização e as indústrias voltarem a funcionarem normalmente, encerrando a crescente onda de desemprego no setor madeireiro. Faltam procuradores para analisar e autorizar os planos de manejo, que são indispensáveis para extração da matéria prima.
Segundo o presidente do sindicato em Sinop, Vilmar Galvão, só nos meses de junho e julho, foram mais de mil demissões no município e que os números devem ter aumentado nos meses de agosto e setembro, que ainda não foram contabilizados. “No mês de julho o doutor Elielson (ex-gerente executivo do Ibama no Mato Grosso), nos garantiu e transmitiu aos trabalhadores que não havia necessidade de fazer nenhum movimento porque as coisas estavam se encaminhando. Nós ouvimos ele, e naquele momento nós decidimos o melhor, que foi parar. Só que tudo isso foi mentira”, atacou o sindicalista ” Os projetos de manejo não foram e não estão sendo liberados. Nós estamos num período de safra, e nossa preocupação maior não é desse momento, mas a partir de janeiro. O que vão fazer os trabalhadores? Como a sociedade vai absorver essa massa de trabalhadores, que estão perdendo seus empregos?”, questionou e ressaltou que “nós trabalhadores não vamos mais pagar por tudo isso que está acontecendo. Precisamos levantar uma bandeira que defenda os nossos empregos”, afirmou, indignado.
O presidente da federação dos trabalhadores, Ronei Lima, também ressaltou que uma das maiores preocupações do setor é como vai ficar a situação nos próximos meses, especialmente com o início das chuvas. “Pelo que estamos percebendo não vai haver liberação, não vai haver mais avaliação dos projetos de manejo florestal até dezembro. Em janeiro e fevereiro começam as chuvas. E isso é o que está nos preocupando”, ponderou. Nesta época, as madeireiras fazem estoque para “atravessar”o período chuvoso e a maioria está com pátios vazios porque não consegue autorização do Ibama para extrair toras.
Ronei criticou a atitude do Governo do Estado e de alguns prefeitos que não estão buscando novas alternativas para garantir a estabilidade do setor. “Os estados e municípios também tem responsabilidade com isso. O estado sabia disso e também tem responsabilidade com isso, inclusive o município já devia ter ser preparado e achado novas alternativas para isso. Estão deixando queimar madeira porque não tão conseguindo liberar. Isso quer dizer que queimar madeira pode. Quantos milhões de metros de madeira estão sendo queimadas, porque não podem ser transportadas. O fogo vem, e nossa matéria-prima, que poderia gerar milhões de empregos está sendo queimada”, conclui.
Até o final da tarde a classe deve definir se farão o movimento e como será organizado nos municípios.