A criação do Parque Estadual das Castanheiras, em Cláudia, foi discutida no último sábado, pelo prefeito Altamir Kurten, vereadores, clubes de serviços, associação dos madeireiros, entre outras entidades, sendo que a maioria é contrária ao projeto.
Foram formadas várias comissões, que vão buscar alternativas para a preservação do meio ambiente sem afetar a economia local. Estas alternativas serão apresentadas ao secretário Estadual de Meio Ambiente (SEMA), Marcos Machado, no próximo dia 09, quando ele estará visitando o município.
O projeto de criação do parque envolve terras produtivas e regularizadas. O prefeito Altamir Kürten afirmou que se o parque for criado de acordo com o tamanho proposto pelas Organizações Não Governamentais (ONGs) – cerca de 383 mil hectares, (área compreendida ao lado direito da BR-163 começando bem próxima da divisa de SInop e Claudia) a economia local ficará inviabilizada. O Greenpeace tem feito pressões para que a a área de reserva seja criada considerando que há uma grande quantidade de Castanheiras, cuja derrubada é proibida, mas que muitos ainda insistem em derrubá-las.
O vereador Geordano Matei disse ao Só Notícias que não concorda com a criação do parque. “Estamos em uma região altamente produtora, nosso solo tem relevo para produção agrícola. Acho que esse parque deveria ser criado em área com relevo mais quebrado. Essa área onde eles querem criar o parque já vem sido utilizada para agricultura. Se esse parque for criado, vai dificultar muito o desenvolvimento do nosso município”, afirmou.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojista (CDL) de Cláudia, Fernando Campos Lima, disse que o projeto, à nível de meio ambiente, é interessante, mas a área proposta é muito extensa. “Do jeito que está sendo proposto, nosso município vai ser muito prejudicado”, disse ele.
A economia do município, segundo Fernando, já vem sendo afetada, primeiro pela crise na agricultura e depois pelos entraves ao setor madeireiro, após a Operação Curupira. “As vendas no comércio caíram 50%. Estamos vendo muita gente reduzindo o número de funcionários, dando férias coletivas, porque está tudo parado”, explicou.
A proposta do Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) reconhece o local como uma área possível de preservação em torno de 172 mil hectares. As ONGs propõem um parque que compromete 50% de Claudia, que atualmente tem 14 mil habitantes.
O município quer firmar parcerias para reflorestar cerca de 15 mil hectares, dando prioridade ao plantio de Castanheiras. “Na reunião do dia 09, vamos propor a recuperação de áreas degradadas, reflorestamento às margens das matas ciliares, córregos e o plantio de Castanheiras” disse o vereador Geordano.