Mesmo depois da Operação Curupira, desencadeada em Mato Grosso, pela Polícia Federal, há quase 60 dias, muitas indústrias madeireiras continuam irregulares junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e trabalhando sem a devida autorização para retirada, transporte e comercialização de madeira.
“Como a gerência não estava tendo 100% de controle sobre as empresas, liberamos documentos, autorizações e ATPFs de uma forma que não condizia com a legislação. Então, algumas dessas autorizações foram emitidas sem sabermos realmente a necessidade da empresa, o número de autorizações que a empresa precisava e se era aquilo mesmo. Com a Operação Curupira, que tentou rever todo esse processo do Ibama, algumas empresas foram levantadas e essas pendências foram apresentadas”, disse ao Só Notícias, a analista ambiental e gerente interina do Ibama em Sinop, Patrícia Gomes Salomão.
Conforme ela, o número de empresas identificadas como irregulares é grande, mas até o momento cerca de 140 continuam na mesma situação. “Elas estão com pendências. Estão com irregularidades. Não estou dizendo ilegalidade, mas sim irregularidade, porque elas não têm a documentação necessária para funcionar regularmente. Essa situação foi constatada com a operação e agora temos um período para tentar colocar tudo em ordem novamente”, acrescentou.
“Não podemos dizer que essas empresas são fantasmas, pois muitas delas têm CNPJ, endereço, registros e atuam há muito tempo. O que acontece é que realmente estão irregulares”, completa.
Só Notícias apurou que após a operação e retorno da liberação das Autorizações de Transporte de Produtos Florestais (ATPFs), o Ibama em sinop recebe uma média de 15 pedidos de ATPFs por dia e foram liberadas uma média de 5.363 ATPFs de saída por mês.
“Mesmo com essas liberações ainda existe a possibilidade de estar havendo a situação de irregularidade, por causa das empresas sem a documentação certa. Então, se tem alguma dessas empresas trabalhando, com certeza é de forma irregular, talvez com notas fiscais frias e outras pendências”, reforça Patrícia.