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Madeireiros do Nortão dizem que Ibama não tem estrutura para atendimento

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A suspensão de ATPFs (guias para transporte de madeira) termina domingo. A interrupção no fornecimento dos documentos foi devido as fraudes descobertas na Operação Curupira. Na segunda-feira, o Ibama deve voltar a expedir os documentos. Mas tem um novo problema: a greve dos servidores. Mesmo com a lei determinando que 30% devem trabalhar, não haverá gente suficiente para atender os industriais madeireiros -muitos deles com atividades de suas empresas paradas há um bom tempo por falta de ATPFs para trabalhar.

“Mais uma vez ficou provado que o Ibama não tem competência para gerir a atual situação”. A afirmação é do presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), Jaldes Langer, referindo-se aos resultados da reunião, realizada na última segunda-feira, com o interventor do Ibama em Mato Grosso, Elierson Aires. Os esclarecimentos e temas debatidos na reunião foram repassados ontem ao quadro de associados do Sindusmad, em uma assembléia realizada no auditório da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas). “A reunião em Cuiabá não deu em nada. Do jeito que o interventor está colocando as coisas vai ficar insustentável a situação”, afirmou.

Segundo ele, mesmo com 30% do quadro de servidores voltando a atender na segunda-feira, não haverá condição de atender toda a demanda do setor. “Não haverá pessoal suficiente. Além das liberações de ATPFs, existem os planos de manejo, que precisam de vistorias. Não há recurso humanos para isso”, declarou.

Langer ressaltou que entende a greve dos servidores, que “estão desmotivados, sem condições de trabalho, sem equipamentos”. A posição colocada pelos madeireiros ontem, durante a assembléia, é de que o quadro é insustentável. A maioria está reduzindo número de funcionários e a produção.

“Recebemos um relatório, no último dia 24, da Caixa Econômica Federal, que demonstra que nos últimos 30 dias, tinham sido sacados uma média de 95 FGTSs (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) por dia. Não só do setor madeireiro, mas de todos os setores da economia que estão sendo afetados. Imagine quando esses trabalhadores não puderem mais contar com esse recursos e com o seguro-desemprego? A situação vai ficar muito difícil, com inúmeros problemas sociais”, concluiu.

Na próxima segunda-feira, à noite, será realizada uma nova assembléia do setor para discutir a situação.

O Ibama mantém muitas exigências para continuar liberado planos de manejo para as madeireiras fazerem extração de toras. Uma delas é expedição de certidão, por parte da Funai (Fundação Nacional do Índio) pra comprovar que as toras não sairão de áreas indígenas. A fundação demora, em média, 6 meses para expedir estas certidões.

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