O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, aproveitou a solenidade de assinatura da “MP do Bem” para cobrar mais incentivos fiscais ao setor produtivo.
Ele se disse confiante de que a arrecadação continuará “vigorosa” e cobrou do Ministério da Fazenda a ampliação da desoneração dos investimentos.
“Como eu confio muito no taco do secretário Rachid [Jorge Rachid, secretário da Receita Federal] e do ministro Palocci [Antonio Palocci, da Fazenda] de que a arrecadação vai continuar vigorosa, nós vamos incluir na pauta do CNDI [Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial] do dia 28. Já vamos dizer: nós queremos continuar a desoneração dos investimentos”, disse Furlan.
Segundo o ministro, não faz sentido, por exemplo, o governo tributar investimentos em infra-estrutura. “Quem quer ter uma boa infra-estrutura, tem que dar condições. Não é desoneração, porque gera créditos”, avaliou. Ele destacou que a desoneração de um fundo de infra-estrutura daria competitividade a capitais que foram colocados para melhorar a competitividade nacional.
A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, disse que negocia com a equipe econômica a desoneração dos investimentos no setor elétrico. Ela destacou que essa desoneração seria importante principalmente antes do leilão de energia nova, previsto para este ano. “Há uma abertura da Fazenda”, disse a ministra.
O novo pacote de medidas que será defendido por Furlan inclui ainda a desoneração de bens de capital que não foram contemplados na lista inicial do governo.
Diante do presidente Lula, Furlan cobrou da Fazenda a ampliação da lista de produtos de consumo popular, o que faz parte do plano de governo, pois os produtos básicos afetariam o orçamento das famílias de baixa renda de forma desproporcional. Hoje itens como hortifruti, arroz, feijão e farinha de mandioca, entre outros, são desonerados.
O ministro também disse estar elaborando um kit de produtos da construção civil para contemplar o que ele chamou de “comércio de formiguinha”, com produtos para as famílias que querem ampliar um cômodo, por exemplo.
Apesar das novas reivindicações, Furlan se mostrou satisfeito com as medidas anunciadas hoje. Ele contou que na primeira reunião sobre o tema, quando argumentava mas não ganhava nada, após uma vitória o presidente Lula teria lhe dado um abraço e dito: “Nós da produção ganhamos uma”.
“Hoje nós podemos dizer que nós da produção ganhamos muito mais do que uma com todas as medidas que foram apresentadas”, disse Furlan.