O governador Blairo Maggi apresentou aos técnicos da Petrobras, nesta segunda-feira, numa reunião no Palácio Paiaguás, as vantagens que Mato Grosso oferece para que a empresa decida por instalar a sua nova indústria de fertilizantes no Estado. Os técnicos vieram a Mato Grosso para obter mais informações que ajudarão a diretoria da Petrobras decidir em qual Estado do país fará o aporte do investimento, que será da ordem de US$ 1,2 bilhão.
A indústria terá como matéria-prima o uso do gás natural para a fabricação de uréia e amônia, transformados posteriormente em fertilizantes. A estimativa é de que a empresa terá um consumo diário de 2,4 milhões de m³ de gás natural, além de, após sua implantação, gerar 3 mil empregos diretos, impostos e divisas para o Estado que a sediar.
“Existe um consenso dos diretores da Petrobras de que indústria seja instalada na região Centro-Oeste, pelo seu forte desempenho no agronegócio”, informou o deputado federal Pedro Henry, que também participou da reunião, junto com o presidente da MT-Gás, José Carlos Pagot.
Na disputa pela atração do empreendimento estão os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. De acordo com o presidente da MT-Gás, Mato Grosso reúne diversas vantagens para atrair o investimento. “Temos condições de fazer um preço mais competitivo na comercialização do gás e isso vai pesar muito na decisão”, afirmou.
Outro fator positivo para instalação da indústria em solo mato-grossense é a localização do Estado, que integra a Amazônia Legal. “Essa região tem um incentivo de imposto de renda que qualquer planta (empresa) nesse sentido terá um componente final importante na composição de custos”, enfatizou o deputado federal.
O Estado se apresenta ainda como um ótimo mercado. Das cerca de 1 milhão de toneladas por ano de fertilizante que a indústria deve produzir, se instalada em MT só internamente seriam consumidas cerca 300 mil toneladas/ano.
Depois da reunião com o governador, os técnicos da Petrobras retornarão ao Estado na próxima semana, quando receberão mais informações técnicas da MT-Gás, da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fema) e outros órgãos do Governo. Se os diretores da empresa decidirem por instalar a indústria em Mato Grosso, as cidades onde poderá ser construído o empreendimento são Cuiabá e Cáceres, por onde passa o gasoduto que trás o gás natural da Bolívia.
“Esse empreendimento seria excepcional para o Estado. O aporte de uma indústria dess, resulta em geração de emprego, arrecadação para o Estado, consumo de gás, enfim, só trará benefício e grandezas para Mato Grosso”, afirmou Pagot.
Os técnicos da Petrobras também estudarão as informações prestadas pelo Governo de Mato Grosso do Sul. A definição de onde a indústria será instalada deverá sair no final deste primeiro semestre.
Atualmente, o país possui quatro indústrias de produção de uréia e amônia, sendo duas da iniciativa privada, do Grupo Fosfértil, que possui unidades nas cidades de Cubatão (SP) e Araucária (PR), e outras duas empresas da Petrobrás, instaladas nas cidades de Camaçari (BA) e outra em Laranjeiras (SE).
“A produção nacional ainda não é o suficiente. O país importa por ano 1,5 milhão de toneladas de uréia para o consumo interno. Mesmo com a instalação da nova unidade da Petrobras, que deve produzir entre 800 mil e 1 milhão de toneladas de uréia por ano, ainda assim não seremos auto-suficientes”, informou deputado Pedro Henry. “Isso mostra que mercado existe. O que precisamos é maneira de fazer estes investimentos com competitividade frente ao preço internacional”, afirmou.