O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) estuda uma mudança no financiamento para empresas que já são clientes do banco e pretendem fazer novos investimentos.
Segundo o diretor de Planejamento do BNDES, Antônio Barros de Castro, a simplificação, apelidada de “rito sumário” –termo jurídico utlizado para designar a tramitação simplificada de um processo, com redução de prazo e dispensa de análise de documentação–, vai atender uma das demandas mais insistentes da indústria: a de redução do período médio de aprovação de financiamentos.
Até o fim de março, um relatório com a proposta será encaminhado à diretoria. Caso a medida seja aprovada, Castro aposta na adoção imediata. A maior velocidade na concessão de empréstimos ficaria limitada a empresas que já são clientes do banco e que pretendem fazer “mais do mesmo”, como definiu Castro, ou seja, pedem financiamento para projetos que não exigem ruptura tecnológica e não se enquadram em área pioneira. Nestes casos se encaixariam projetos tão diversificados quanto a construção de novas usinas siderúrgicas ou a expansão da produção de frangos, por exemplo.
O critério para liberação de recursos seria o limite de crédito. O risco já teria sido pré-analisado no limite de crédito. “Quanto à competência, ela já está analisada porque é a enésima vez que a empresa faz aquilo”, afirmou Castro.
Com isso, o BNDES deve ganhar espaço para financiar programas de investimento. “Salta aos olhos que a demanda em renovação tem como destaque os grandes projetos”, disse.
Muitas empresas estão esbarrando nos limites de financiamento do banco. As alternativas para o banco são a flexibilização dessa regra, o aumento do patrimônio do banco ou a redução do aporte do banco. Determinação do Banco Central indica que uma empresa não pode receber do BNDES mais do que 25% do patrimônio de referência do banco, estimado hoje em cerca de R$ 21 bilhões. Empresas que entram com projetos de grandes investimentos acabam exigindo “engenharias financeiras específicas”, como a inclusão de empresas de propósito específico.
O BNDES quer dar mais ênfase a projetos de inovação tecnológica. Na avaliação do economista, a aquisição de máquinas e equipamentos das empresas brasileiras em 2004 é uma promessa de um novo surto de produtividade.