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CNI avalia que crescimento da economia será de 2,7%, ano que vem

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) aposta que o país encerrará o ano com crescimento menor que o projetado pelo governo. Segundo o informe Economia Brasileira, Desempenho e Perspectivas, apresentado hoje (19) em Brasília, a entidade estima que o Produto Interno Bruto (PIB) fechará 2006 com aumento de 2,7%, percentual inferior aos 3,7% esperados no início do ano

A previsão está abaixo dos 3,2% de crescimento projetados em novembro pelo Ministério do Planejamento no relatório de avaliação de receitas e despesas do quinto bimestre de 2006. O número também é inferior aos 2,8% estimados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no último boletim trimestral de conjuntura, apresentado no último dia 5.

O relatório destaca que a expansão do PIB brasileiro equivalerá a pouco mais da metade da média mundial para 2006, que é de 5,1%. Para o próximo ano, a CNI projeta crescimento de 3,4%. O índice superará o desempenho da economia neste ano, mas, segundo a entidade, é insuficiente para indicar a entrada do país em uma rota de crescimento de pelo menos 4,5% e 5% nos próximos anos.

Na avaliação do presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, o atual ritmo de expansão do PIB representa uma prova de que a queda da taxa básica de juros, a Selic, que fechará o ano em 13,25% – menor nível desde a criação do Comitê de Política Monetária do Banco Central em 1996 –, não basta para eliminar os entraves para o crescimento da economia. “Há outros fatores que impedem o país de crescer em níveis maiores”, apontou Monteiro Neto durante a divulgação do relatório.

O principal empecilho ao crescimento da economia destacado por Monteiro Neto é a expansão dos gastos públicos correntes. O relatório da CNI mostra que as despesas primárias do governo federal, que excluem o pagamento de juros da dívida pública, estão em aumento contínuo desde 2004 e devem fechar o ano em torno de 18% do PIB.

O presidente da CNI defendeu a reforma da previdência social no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além da “disciplina” na política salarial do serviço público. “Não há dúvidas de que a questão fiscal é central para que o país possa crescer em torno de 5% nos próximos anos”, afirmou.

De acordo com o informe apresentado pela entidade, o aumento de gastos do governo compromete os investimentos públicos e resulta na elevação da carga tributária, que, pelas projeções da CNI, deve passar dos 38% do PIB. “Para financiar os gastos, o governo eleva a arrecadação de impostos, o que se reflete na inibição dos investimentos privados”, analisa Monteiro Neto.

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