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Tarifas bancárias sobem bem mais para clientes do que para empresas

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As tarifas bancárias aumentaram bem mais para a pessoa física do que para as empresas entre 2001 e 2006. A conclusão é de um levantamento feito pelo site Vida Econômica com os 13 principais bancos de varejo do País, que representam 80% dos ativos do setor. Enquanto a maior elevação de tarifa para pessoa jurídica ficou em 4.661%, os clientes pessoa física tiveram casos extremos de aumentos de até 49.900%.

A explicação está nos elevados volumes movimentados pelas empresas, o que lhes dá maior poder de barganha, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, responsável pelo trabalho e sócio do site. Segundo ele, o cliente pessoa jurídica é mais criterioso e briga mais por descontos. ‘Mas isso não os livra de pagar novas tarifas.’

Na média, o número de serviços cobrados das empresas saltou de 38, em janeiro de 2001, para 58 em junho deste ano. Para a pessoa física, o avanço médio foi de apenas duas novas tarifas, de 39 para 41. A razão é a quantidade de serviços exigidos pelas empresas, bem maior que a de outros clientes, especialmente no comércio exterior e no câmbio. Nessas operações, o número de taxas chega a 17.

Mas o presidente da consultoria Austin Rating, Erivelto Rodrigues, ressalta que, por causa dos elevados volumes movimentados, as empresas são disputadas pelos bancos. ‘Nesses casos, as instituições chegam a isentar as companhias de alguns serviços. Mas isso envolve negociações e, quanto maior o poder da empresa, maiores serão os benefícios.’

Além disso, alguns serviços são mais caros para a pessoa física, como é o caso da anuidade do cartão internacional. Esses clientes pagam até R$ 53,80, enquanto as empresas são isentas em boa parte dos bancos. Na confecção do cartão múltiplo adicional, o preço para pessoa física é de R$ 42,80 e para empresas, de R$ 25,50.

De acordo com o levantamento do Vida Econômica, o campeão de tarifas cobradas das empresas é o Unibanco, com 64 serviços pagos. Em 2001, o banco ocupava a sétima posição do ranking, que tinha a Caixa Econômica Federal na liderança. Nas tarifas para pessoa física, a Caixa se mantém no topo desde 2001. O Unibanco é o 10º.

Entre os bancos que promoveram mais elevações nas tarifas para os consumidores pessoa jurídica, a Nossa Caixa ficou em primeiro lugar. A instituição aumentou o preço de 38 serviços, sendo 22 acima da inflação do período (51,64%, medida pelo IPCA). Na pessoa física, o Bradesco foi o que mais elevou o número de taxas. Foram 32, sendo 13 acima da inflação.

VARIAÇÃO

No período, a maior elevação de uma tarifa para empresas foi promovida pelo Itaú, que aumentou o preço da Segunda Via de Documentos em 4.661%, de R$ 4,20 para R$ 200. Em seguida aparece a taxa de abertura de crédito do Santander Banespa, que subiu 4.300%.

Para o consumidor pessoa física, o serviço que teve a maior alta foi a Substituição de Garantias do Banco do Brasil, cujo preço saltou 49.900%, de R$ 0,30 para R$ 150.

‘A questão é que, independentemente do tipo de consumidor, os bancos estão cobrando cada vez mais pelos serviços’, afirma Oliveira. Quadro que, segundo ele, não deve se alterar tão cedo no País, pelo menos enquanto não houver competição suficiente no mercado.

Um exemplo está na área de crédito, onde a demanda é maior que a oferta. É nessas operações que os clientes pessoa física pagam as maiores tarifas, em torno de R$ 400. Para as empresas, os serviços mais caros (média de R$ 700) são associados às operações de comércio exterior e de câmbio. Mas elas também pagam alto pelas operações de crédito, conforme o estudo do Vida Econômica.

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) tem várias restrições ao levantamento e diz que o trabalho não considera a isenção de tarifas para vários clientes, conforme o relacionamento com o banco, nem a ampla disseminação dos pacotes de tarifas.

A entidade também afirma que as tarifas bancárias são a justa contrapartida pelo serviço prestado a um cliente ou usuário do sistema, assim como se paga pelo fornecimento de energia elétrica, saneamento, transportes e cartórios, entre outros.

‘Os critérios para alteração de preços variam de acordo com uma série de custos que são peculiares a cada banco ou suas estratégias de negócios’, afirma a Febraban.

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