O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Nereu Pasini, apresentou hoje uma análise da geração de empregos formais no Estado, no período de janeiro a setembro dos últimos três anos. De acordo com os dados, elaborados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e pela Assessoria Econômica da Fiemt, a indústria é responsável pelo maior número de empregos formais em Mato Grosso. Neste ano, das 17.329 vagas, 12.987 estão na indústria, ou seja, 75% do saldo total.
“De 2004 a 2006 foi registrado um saldo positivo entre admissões e demissões, mas com significativa queda e perda de dinamismo a partir do ano passado, que está sendo recuperado agora, graças ao setor industrial”, ressalta Pasini. A comparação por setores da economia mostra a crise de 2005 quando foram eliminadas 30.940 vagas formais no Estado (diferença do saldo de 2005 em relação ao saldo de 2004), com destaque para os maiores cortes de empregos na indústria (-11.502) e no setor agropecuário (-11.454), mas atingindo também o comércio (-6.604) e o setor de serviços (-1.431).
“Neste ano, houve uma recuperação de 3.758 vagas em relação ao ano passado, devido ao setor industrial, que gerou 11.599 vagas a mais do que em 2005, compensando os cortes dos outros setores, que continuam no vermelho”, diz o presidente. Das 12.987 vagas do setor industrial neste ano, 10.510 fazem parte da indústria de transformação, 81% do saldo total. “O destaque é a indústria de alimentos e bebidas, com forte recuperação desde 2005 e o setor madeireiro e mobiliário que cortou 4.635 vagas em 2005 e agora em 2006 já apresenta saldo positivo de 1.209 vagas. É um bom sinal da recuperação destes segmentos”.
O presidente destaca que a variação em números absolutos é mais clara quanto à recuperação dos empregos industriais formais na indústria de transformação. “Foram 7.897 vagas eliminadas até setembro de 2005 em relação a 2004, e em 2006 o saldo ficou positivo em 9.223 vagas, comparando com o ano passado. Isso ocorreu em função das recontratações da indústria madeireira e de mobiliário, com mais 5.844 vagas e de alimentos e bebidas com mais 2.906 vagas”, explica.
Para a melhoria contínua dos setores da economia estadual, o presidente da Federação ressalta o problema da logística. “O preço do frete inibe a nossa competitividade. A logística continua sendo um grande empecilho para o desenvolvimento da indústria em Mato Grosso”, enfatizou. Apesar disso, Pasini prevê o crescimento de alguns setores, como o biodiesel e as usinas de cana-de-açúcar. “Além disso, as indústrias de alimentação continuarão apresentando números positivos”.