O dólar encerrou em alta na segunda-feira, com investidores monitorando os preços de commodities e adotando uma posição de cautela antes das eleições.
A divisa norte-americana fechou com ganho de 0,54 por cento, vendida a 2,220 reais. O tom positivo dos mercados norte-americanos ajudou a amenizar a depreciação do real, disseram analistas.
“O início do dia foi todo movido por aquela aversão a risco global, e com o mercado americano melhorando, principalmente as bolsas, (aqui) deu uma acalmada”, disse Alexandre Vasarhelyi, responsável por câmbio do banco ING, em referência ao avanço pela manhã de 1,13 por cento, a máxima da sessão.
Segundo o profissional, a busca por ativos mais seguros seguiu um declínio nos preços de commodities na primeira etapa do dia, que trouxe preocupação sobre o efeito dos preços menores sobre ganhos corporativos.
O Índice de commodities Reuters/Jefferies CRB, que acompanha a variação de uma cesta de 19 futuros de matérias-primas, caiu ao menor nível em 14 meses nesta manhã, para depois se recuperar à tarde.
Os contratos de petróleo em Nova York também ganharam fôlego e subiram à tarde, com investidores cobrindo posições depois do declínio inicial. Mas o barril permaneceu próximo de 61 dólares.
A recuperação dos mercados só não atingiu o câmbio com mais força, porque os investidores estão mais cautelosos antes das eleições do domingo, acompanhando com atenção o noticiário político e os desdobramentos do chamado “dossiê Serra” e o suposto envolvimento do PT.
Desde terça-feira, quando o dólar começou a se firmar sobre o real e o cenário político passou a incomodar um pouco mais, a moeda norte-americana acumula avanço de 3,4 por cento.
Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy, destacou que os investidores estrangeiros vêm zerando suas posições vendidas em dólar nos últimos dias. Para ele, as tesourarias já estão de olho na sexta-feira cheia de eventos.
Além de ser o último pregão antes das eleições, a sexta-feira marca o fim do mês –quando há vencimento de contratos de dólar futuro na Bolsa de Mercadorias & Futuros– e a véspera de vencimento e emissão de contratos de swap reverso.
“Como o mercado está um pouco comprado, acho que vai começar a ter a briga de comprados e vendidos (para formar a Ptax) e a turma vai querer colocar esse dólar mais alto desde hoje”, disse o operador.
O Banco Central faz pesquisa de demanda no fim da tarde para possível leilão de swap reverso na terça-feira, objetivando completar a rolagem do vencimento de 1,578 bilhão de dólares em swap reverso no dia 2 de outubro. Desse total, 603,4 milhões foram rolados no leilão de swap reverso da última sexta-feira.
Os novos swaps reversos serão emitidos no mesmo dia do vencimento dos antigos.
Pelo terceiro pregão seguido, o BC deixou de fazer leilão para compra de dólares no mercado.