O dólar recuou 0,93% nesta terça-feira, em um dia de forte volume de negócios, com o mercado otimista após dados mostrarem inflação comportada nos Estados Unidos.
A divisa norte-americana terminou a R$ 2,141, a menor cotação em três meses, desde 16 de maio. Segundo analistas, perto do fechamento o volume de negócios registrados no segmento interbancário era superior a US$ 2,7 bilhões —frente a US$ 1,16 bilhão na véspera.
“O mercado teve um movimento grande hoje, muito acima do normal”, afirmou José Roberto Carreira, gerente de câmbio da corretora Novação.
“O Banco Central veio novamente com leilão e comprou apenas cinco propostas. Isso também contribuiu para que o dólar caísse mais.” A taxa de corte do leilão de compra de dólares foi de R$ 2,144.
No front internacional, o avanço de apenas 0,1% no índice de preços ao produtor dos EUA (PPI, na sigla em inglês) e a queda de 0,3% no núcleo reforçaram apostas de que o Federal Reserve deverá manter o juro inalterado na reunião de setembro, em 5,25%.
Com isso, as Bolsas norte-americanas subiam e o rendimento dos treasuries (títulos americanos) de dez anos caía para 4,93%.
“A reação não podia ser outra, lá fora o mercado também já estava calmo em relação ao conflito do Oriente Médio”, apontou o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que não quis ser identificado.
“O PPI veio bem abaixo (do previsto), mas para sacramentar essa perspectiva da política de pausa do Fed falta amanhã o CPI”, completou o gerente.
Ele acredita que, se o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) também vier abaixo do previsto, o dólar vai acentuar a queda e o BC pode ter que reforçar sua atuação no mercado.
Analistas disseram que há expectativas de que o BC realize um leilão de swap cambial reverso, além de manter os leilões diários de compra de dólares.