O dólar encerrou a semana com alta, seguindo a preocupação externa com os riscos inflacionários nos Estados Unidos. Mas ingressos de recursos contribuíram para que o avanço não fosse acentuado nesta sexta-feira.
A divisa norte-americana fechou a sessão com avanço de 0,37 por cento, vendida a 2,183 reais. A alta acumulada na semana também foi contida, de 0,74 por cento.
“O mercado (doméstico) ficou… sem muito estresse. Lá fora os mercados estão em queda, mas aqui o fluxo segurou um pouco o dólar”, afirmou Daniel Szikszay, gerente de câmbio do Banco Schahin.
O gerente lembrou ainda que o fim de semana deixa os investidores mais cautelosos e acaba brecando um declínio do dólar. No campo externo, os dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgados nesta manhã, tiveram uma leitura mista. A criação de empregos abaixo do previsto gerou uma idéia inicial de que o Federal Reserve poderia interromper o ciclo de elevação do juro.
Mas o avanço nos ganhos médios por hora trabalhada trouxe a preocupação com as pressões inflacionárias, e as bolsas norte-americanas perderam força, influenciando o preço do dólar.
Segundo o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que preferiu não ser identificado, “o dado não foi consistente com a tendência de não continuar as altas do Fed.”
“(O dado) não deixou isso claro e o mercado preferiu ficar com o pé atrás”, acrescentou.
O gerente citou ainda o avanço nos preços internacionais do petróleo ao longo do dia como um fator de pessimismo. Os contratos da commodity em Nova York atingiram recorde de alta nesta sexta-feira, a 75,78 dólares por barril, mas uma realização de lucros no fim da sessão fez os preços terminarem em queda.
“Hoje o mercado externo praticamente deu o tom ao mercado interno”, resumiu o gerente.