O setor de construção civil pode ser afetado em Sinop pela falta de areia no mercado. Algumas lojas do segmento estão com os estoques reduzidos e já estão sentindo a redução nas vendas. O problema vem se agravando há cerca de uma semana, desde que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) realizou uma operação nas dragas de areia, que ficam nas margens do rio Teles Pires, e constatou irregularidades.
Segundo o chefe de fiscalização do órgão, Roberto Agra, as cinco empresas vistoriadas estavam irregulares. Ele explica que a partir de agora elas devem apresentar o projeto de licenciamento ambiental, que é obrigatório para o desempenho da atividade, em que são definidos os parâmetros de proteção ao desmatamento, assoreamento, erosões, poluição da água, evitando maiores danos ao meio ambiente e garantindo areia para os próximos anos.
Agra acrescenta que os projetos devem ser encaminhados na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), que assumiu a gestão ambiental no mês de janeiro em Mato Grosso, já que o “Ibama é responsável somente pela fiscalização”.
O proprietário de uma empresa, Anézio Bordini, disse ao Só Notícias, que houve um impasse na delimitação da área da margem do rio. “A Sema exigiu que deixasse 100 metros de distância da margem do rio, mas o Ibama exige 200 metros”, ponderou.
A falta de areia também está afetando a venda de outros materiais de construção. É o que explica o proprietário de uma loja do setor, Genor Francisco Menegatti. Ele destaca que outros produtos como cimento, tijolo, portas, cal, também deixam de ser vendidos, já que algumas obras páram com a falta da areia.
O setor de construção civil cresce a cada ano em Sinop. Em 2005 foram construídos 1.241 imóveis, de acordo com registros da Secretaria de Indústria, Comércio, Turismo e Mineração. Destes, 1.111 residenciais e 167 estabelecimentos comerciais. Só no primeiro quadrimestre do ano foram emitidos 285 alvarás para novas edificações.