Sorriso cultiva atualmente cerca de 7 mil hectares de feijão irrigado. A produção anual é de aproximadamente 280 mil sacas, com uma produtividade média de 40 sacas por hectare. Augusto Áscoli, um dos produtores que luta pelo incremento da cultura na região, afirma que o maior entrave é a taxa de ICMS a 12%, o que inviabiliza as negociações fora do Estado.
“Em São Paulo, o ICMS do feijão é 0. No Paraná e em Santa Catarina é 1%. Por que o nosso ICMS é tão alto? Se o governo do Estado conseguir reduzir o ICMS, muitos produtores podem migrar da soja para o feijão, que não tem o problema da ferrugem”, questiona
Segundo ele, o produtor de feijão tem que arcar com um custo de aproximadamente R$1,6 mil por hectare. “O produto é vendido por R$45 a R$50 e os atacadistas vendem a R$1,60”, disse ele, ressaltando que o feijão poderia sair ainda mais barato para o consumidor, se “os preços não fossem manipulados por cerealistas”. Áscoli destaca que ao longo de 5 anos, os produtores de Sorriso conseguiram uma variedade que se adapta bem à região (O carioca mais clarinho) e colhem um feijão de qualidade.
“Se o ICMS for menor, poderemos negociar a produção em outros Estados e não ficaríamos à merce dos atravessadores”, ponderou Áscoli. Mato Grosso deve produzir quase 800 mil sacas de feijão este ano, gerando um estoque de 500 mil sacas ante uma demanda de 250 mil sacas no consumo regional.