O dia foi de sobe-e-desce para o dólar e, no fim, a calmaria prevaleceu. A divisa fechou em baixa de 0,75% nesta quarta-feira, vendida a R$ 2,241.
Segundo analistas, a única tendência clara para o câmbio é a volatilidade. Enquanto fatores internos, como fluxo positivo, favorecem a valorização do real, as incertezas com o rumo do juro nos Estados Unidos impulsionam o dólar, já que os investidores evitam ativos de maior risco, como os de países emergentes.
“O mercado está em indas e vindas, bem volátil, lá fora também está assim”, comentou Daniel Szikszay, gerente de câmbio do banco Schahin.
Na máxima, o dólar subiu 0,71%, a R$ 2,274, enquanto a cotação mínima foi de R$ 2,236, em baixa de 0,97%.
“Acredito que o fluxo financeiro esteja ajudando o mercado a mostrar essa queda, e o risco-país em baixa também contribui”, completou Szikszay.
Dados desta manhã mostraram que o fluxo cambial positivo aumentou em maio, para US$ 7,504 bilhões. No mesmo mês, porém, os bancos ampliaram suas posições compradas em dólar, para US$ 7,165 bilhões.
No front externo, as bolsas de valores norte-americanas exibiam alta nesta tarde, enquanto o dólar se valorizava levemente frente ao euro. Os títulos da dívida externa brasileira tinham desempenho positivo, enquanto o risco-país cedia 9 pontos, para 260 pontos-básicos sobre os Treasuries.
O analista de mercado da corretora Socopa, Paulo Fujisaki, citou como fator positivo para a valorização do real a operação de recompra de títulos externos que o Tesouro Nacional realiza esta semana, que melhora o perfil de pagamentos do país.
“Mas eu acredito que (o dólar) não vai voltar muito, tem um ponto de resistência forte no 2,25 (reais)”, completou o analista.
Na opinião de analistas, o mercado deve continuar volátil nos próximos dias, até que se tenha mais segurança sobre o que o Federal Reserve fará nos juros dos EUA na reunião do fim de junho.