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Balança comercial do Estado fecha com superávit de US$ 1,3 bilhões em abril

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Em abril, o saldo da balança comercial de Mato Grosso fechou com um superávit de US$ 1,325 bilhões, resultado 30% superior ao mesmo período do ano passado, quando o saldo ficou positivo em US$ 1,020 bilhões. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (16.05) pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt). “Mato Grosso superou na evolução do faturamento a balança comercial brasileira em 28%, comparando com os 2% atingidos pelo país. Porém, apesar de registrar crescimento substancial, este cenário continua sendo preocupante para alguns segmentos que apresentaram queda no faturamento”, disse o presidente da Fiemt, Nereu Pasini.

As vendas de Mato Grosso no mercado externo alcançaram o montante de US$ 1,412 bilhão no primeiro quadrimestre, que representa um crescimento substancial no faturamento acumulado no período em 28%, comparado às exportações de 2005, que atingiu US$ 1,104 bilhão exportados. Apesar de ter assinalado crescimento do faturamento no valor acumulado, o Estado registrou queda de 6,5% no faturamento das exportações em separado no mês de abril, se comparado a abril de 2005.

“Considerando o total das exportações estaduais houve um aumento de 28% nas vendas em dólar transformadas em apenas 5,5% de crescimento em reais dado a defasagem no câmbio, que gerou R$ 636 milhões de perdas cambiais no período abril de 2005 a abril de 2006”, explicou Pasini.

Mato Grosso permanece em 10º lugar no ranking nacional e com maior participação nas exportações totais do Brasil, com um percentual de 3,6, sendo que na região centro-oeste representa 62% das exportações. Em abril deste ano, o complexo soja possui uma fatia ainda maior na pauta de exportações, atingindo 79% de participação. O total exportado no complexo é de US$ 1,125 bilhões, contra US$ 874,112 milhões exportados no período de janeiro a abril de 2005.

“Houve um aumento significativo de 45% na quantidade exportada, acompanhado de aumento maior ainda de 52% no faturamento em dólar em função da elevação de preço do produto em 5% no período considerado. Em reais, o aumento do valor das vendas foi também expressivo de 26%, porém, bem menor do que o aumento em dólar, por conta da defasagem cambial, resultando em queda de 13% na cotação em real do produto”, analisa o consultor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo.

De acordo com Timo, em função do câmbio, o aumento do faturamento nominal em reais foi de R$ 374 milhões, porém, deveria ser de R$ 760,8 milhões. “Foi registrado uma perda cambial de R$ 386,8 milhões para os exportadores mato-grossenses de soja-grão”. Também houve redução no óleo e no farelo de soja. A quantidade exportada do óleo teve uma redução acentuada de 29%, que ocorreu em função da queda de 4% no preço internacional, resultando em faturamento 32% menor em relação ao mesmo período do ano passado. “Em reais os resultados foram ainda piores com faturamento 43,5% menor dado a redução de 21% no preço do produto e perda nominal de R$ 27 milhões”.

De acordo com Timo, a brusca queda nos volumes exportados de farelo e de óleo de soja pode ser explicada pela redução do processamento industrial do grão no Estado, com o fechamento de uma unidade esmagadora em Cuiabá e também pela redução da demanda de farelo no mercado comum europeu, em função da gripe aviária.

Já a lecitina de soja – produto utilizado na indústria alimentícia e recentemente integrado à pauta de exportações -, tem apresentado um alto valor agregado, em torno de US$ 837,00/tonelada. No período, mesmo com redução de 36% no preço em dólar, houve um aumento de 70% no valor, devido ao aumento de 168% no volume exportado.

Carne – Segundo o coordenador do Centro Internacional de Negócios da Fiemt, Maurício Capillé, houve um aumento de 3% na cotação internacional da carne em dólar, transformada em queda de 15% em reais pelo câmbio defasado. “Ainda assim, o valor das exportações registrou um aumento significativo de 178% em dólar e de 130% em reais, explicados pelo enorme volume de vendas de 171% maior do que no ano passado, mesmo com o embargo russo. Tais resultados são espetaculares, mesmo admitindo a ‘armadilha estatística’ da pequena base de comparação”, disse ele.

As perdas cambiais do produto foram de R$ 50 milhões. A drástica redução do consumo de carne de frango na União Européia em torno de 60% devido à gripe aviária, contribuiu para a elevação das exportações de carne bovina. “O embargo das exportações do Paraná e de São Paulo está contribuindo para o aumento do registro do produto, como exportações mato-grossenses”, informou Capillé.

Para a carne suína, houve redução de 42% no volume físico exportado, resultando queda de 52% nas vendas em dólar e de 60% em reais. Houve ainda queda de preços de 18% em dólar e de 32% em reais. “O câmbio pode ser, novamente, o vilão responsável por esses resultados negativos, registrando perdas nominais de 338 mil reais”, analisou Timo.

Madeira – Houve forte queda de 37% no volume físico exportado de madeira serrada, apresentando 25% de redução no valor das vendas em dólar e queda ainda maior de 38% em reais, mesmo com o aumento de 18% do preço em dólar convertido em queda de 3% em reais. As exportações de compensado caíram ainda mais, sendo 43% menor em volume e de 23% menor em valor em dólar e 37% menor ainda em reais, representando 12% de aumento em reais e em perdas cambiais acumuladas de R$ 20,7 milhões. “É ainda o reflexo da crise do setor no Estado, que está parcialmente impedido de produzir”, frisou Pasini.

Couro – “O couro obteve resultados positivos neste primeiro quadrimestre, com aumento de 115% no volume exportado, estimulado pelo aumento de 15% no preço em dólar, mesmo em queda de 5% na conversão para o real. Dessa forma, resulta em aumento de 148% de faturamento em dólar e de 105% em reais, acumulando mesmo assim, perdas cambiais de R$ 10 milhões no período”, finalizou o assessor econômico da Fiemt.

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