O dólar registrou a quarta baixa consecutiva nesta terça-feira em meio ao contínuo ingresso de recursos no País e encerrou no menor nível desde março de 2001, a R$ 2,060 reais. Os dados sobre a balança comercial brasileira também contribuíram para a queda. A moeda fechou o dia em baixa de 1,34%.
A decisão da Bolívia de nacionalizar o setor de hidrocarbonetos – anunciada ontem – ainda não influencia o câmbio, mas é motivo de atenção, disseram analistas.
“Nada mais afeta. A bolsa está indo bem, lá fora os juros americanos estão praticamente no mesmo nível da abertura. Se olhar para os fundamentos – balança comercial, fluxo financeiro, inflação controlada – realmente o dólar tem tendência clara de queda”, resumiu o gerente de câmbio do banco Prosper, Jorge Knauer.
No campo externo, o dólar recuava para perto do menor nível em um ano frente ao euro, após dados mostrarem expansão contínua da zona do euro. O rendimento dos Treasuries de 10 anos cedia nesta tarde para 5,11%.
Internamente, dados desta manhã mostraram que a balança comercial registrou superávit de US$ 3,097 bilhão em abril, diante do saldo comercial positivo de US$ 3,680 bilhões no mês anterior, dado já esperado pelo mercado.
Para o gerente de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado, o rompimento da barreira psicológica de R$ 2,10 na sexta-feira também contribuiu para que o dólar acentuasse a curva de declínio nesta terça.
“Tinha muito exportador que parava de vender dólar quando chegava no R$ 2,10 porque sempre voltava. Mas agora o exportador está tendo que vender porque está vendo que no curto prazo não tem como subir”, explicou o gerente.