O dólar fechou em queda nesta terça-feira, a R$ 2,14, derrubado por ingressos de recursos e pela menor pressão vinda do cenário externo. Após subir por duas sessões seguidas, a divisa norte-americana recuou 0,83%.
“Aquela pressão dos juros americanos diminuiu um pouco, o mercado começou a voltar. Também tem o superávit (comercial) que continua batendo recorde; com tudo isso o mercado volta a acomodar e viver em função do fluxo”, resumiu o analista de mercado da corretora Socopa, Paulo Fujisaki.
Segundo analistas, as compras de dólares do Banco Central não são suficientes para enxugar a liquidez do mercado. No leilão feito nesta tarde, a autoridade monetária aceitou 17 propostas, com taxa de corte a R$ 2,142. Até a primeira semana de abril, a balança comercial brasileira acumula um saldo positivo de US$ 10,642 bilhões no ano.
No front externo, o rendimento dos Treasuries de 10 anos recuava para cerca de 4,934%, enquanto o risco-país estava estável, em 246 pontos-básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano.
O dólar também perdia força frente a outras divisas, com destaque para o avanço do franço-suíço por conta de tensões geopolíticas depois de um ex-presidente iraniano afirmar que o Irã está produzindo um material chave que pode ser usado para fabricar armas nucleares.
O gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que não quis ser identificado, ponderou que, mesmo com o fluxo forte de ingressos nesta sessão, o mercado continua acompanhando atentamente o cenário externo.
“O mercado está acompanhando muito o mercado externo e o vaivém dos Treasuries, e principalmente o petróleo, que está alto”, destacou o gerente.
Os contratos de petróleo em Nova York se aproximavam dos US$ 69 o barril nesta tarde, após atingirem a máxima de US$ 69,25, enquanto em Londres o barril era negociado acima desse patamar. Os preços elevados de petróleo abateram as bolsas de valores norte-americanas.
Internamente, o gerente citou como fator positivo para a apreciação do real a pesquisa do instituto Sensus divulgada nesta manhã, que mostrou que a vantagem do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, na disputa para a eleição presidencial, sobre o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, diminuiu.
“A pesquisa Sensus agradou um pouco pelo crescimento da candidatura do Alckmin. Não teve um reflexo significativo, mas deixa o mercado mais confortável”, disse o gerente.