O dólar encerrou em baixa nesta quinta-feira pela sexta sessão consecutiva, mas o mercado operou em compasso de espera por dados internos e externos que serão divulgados na sexta-feira. A moeda norte-americana terminou o dia em queda de 0,19%, a R$ 2,130. Na cotação mínima, o dólar recuou 0,33%.
Durante a manhã, o Banco Central realizou novamente leilão de compra de dólares, e a moeda chegou a operar em alta de 0,28%, mas voltou a cair em seguida
A expectativa interna está na divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que pode sinalizar o tamanho do próximo corte na taxa Selic. Já no front externo, os dados de postos de trabalho dos Estados Unidos devem oferecer sinais sobre o rumo dos juros norte-americanos.
“O foco do mercado está voltado para amanhã, mas desde quinta passada o câmbio está um pouco descolado dos juros externos”, ponderou o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que não quis ser identificado. Ele citou o forte avanço do rendimento dos Treasuries de 10 anos, que nesta tarde estava em cerca de 4,89%.
“O dólar está respondendo aos fundamentos internos e ao fluxo, mas amanhã é um dia que pode mudar a expectativa em relação aos juros lá fora, o que sempre tem um reflexo aqui”, completou o gerente.
Em relatório, a corretora NGO destacou que membros do Federal Reserve já vêm indicando a possibilidade de o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos estar perto do fim, com a inflação sob controle. “Quem sabe (o aumento nos juros) finalizando-se nos 5%, que até já está precificado”, disse a corretora.
Internamente, as recentes mudanças na diretoria do Banco Central não tiveram impacto negativo sobre o mercado, já que persiste a idéia de que a política econômica atual será mantida, disseram analistas.
“O cenário interno está calmo e positivo, afora a turbulência eleitoreira na área política que sabiamente o mercado financeiro está ignorando”, citou a corretora NGO.
A corretora acrescentou que a tendência do real é claramente de apreciação, mas deve haver uma resistência do mercado em derrubar o dólar abaixo dos R$ 2,10, com muitos bancos ainda sustentando posição comprada em dólar (apostas na alta).