Em todo o Brasil, existem mais de 5 milhões de pequenas e médias empresas formalizadas. Mas o governo federal estima que cerca de 9,5 milhões atuem na informalidade, segundo Cândida Cervieri, diretora do Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas do Ministério do Desenvolvimento. Cervieri acredita que os dados são um sinal de que o país precisa flexibilizar as linhas de crédito para que mais empresas possam atuar legalmente.
“Se conseguirmos passar essas empresas para a formalidade, teremos um aumento maior de desenvolvimento, de inclusão social e poderemos reverter algumas questões”, afirma.
Segundo Cervieri, existe no Brasil um lapso de acesso ao financiamento por pequenas e médias empresas, ou seja, uma distância entre o que o sistema financeiro pode oferecer e a procura dos pequenos e médios empresários. Mesmo assim, o país registra a cada por ano a abertura de 470 mil novas empresas formais no mercado.
A partir de hoje (27), o financiamento do setor de pequenas e médias empresas será tema da Conferência Internacional sobre Financiamento para o Empreendedorismo e o Crescimento de Pequenas e Médias Empresas.
“O principal problema do pequeno empresário é o acesso ao financiamento. Na realidade, há disponibilidade de linhas de crédito para o pequeno empresário, no entanto para que ele acesse ao financiamento é necessário que ele apresente garantia que muitas vezes eles não dispõem”, exemplifica Antônio Sérgio Martins, secretário de Desenvolvimento da Produção do ministério.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que no período de 1996 a 2003, a soma de novas ocupações nas micro e pequenas empresas avançou 3,2 vezes mais do que o constatado nas demais empresas. “As micro e pequenas empresas no Brasil representam 99% das empresas brasileiras”, afirma Cândida Cervieri.