Com o preço dos produtos agrícolas em queda e pouca comercialização da safra, o setor agrícola de Sinop prevê uma demissão em massa nos próximos meses. A informação é do presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antonio Galvan. Segundo ele o setor está insustentável e o momento ainda é de cautela. “Os produtores só estão vendendo o essencial para pagar as dívidas corriqueiras”, disse.
Só Notícias apurou que hoje a saca de soja está sendo vendida, em média, a R$ 14, mas, segundo Galvan, os custos chegam a R$ 22 por saca. Na safra passada o preço se manteve em aproximadamente R$ 22, bem abaixo de 2004, quando ultrapassou R$ 40. O presidente também enfatiza que muitos produtores investiram em novas áreas e, com a queda nos preços, não conseguiram quitar suas dívidas.
No mês passado o Banco do Brasil ofereceu planos de renegociação aos produtores inadimplentes. Mas as propostas não foram aceitas pelo sindicato e os “juros considerados incabíveis”. Na próxima semana o banco deve ajuizar os 1.538 produtores que ainda estão inadimplentes. “O banco ameaça retalhar na justiça os produtores inadimplentes e nós pedimos ao judiciário que tenha cautela nas sentenças que venham a dar, pois o momento é de cautela, já que é grave a situação do setor”, argumentou.
Segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sinop, o setor emprega cerca de 950 trabalhadores fixos no município, mas no período de safra este número aumenta consideravelmente.