O fracasso do acordo com os usineiros para fixar o preço do álcool hidratado em R$ 1,05 – o preço médio do insumo atingiu a quarta alta consecutiva e chegou a R$ 1,765 na semana passada – levou o governo federal a decidir pela redução de 25% para 20% na taxa de mistura do álcool anidro à gasolina nas bombas, como forma de reduzir a demanda. A alta nos preços do hidratado (usado diretamente no tanque), segundo os produtores, tem sido uma forma de compensar as perdas com o congelamento do preço do anidro (misturado à gasolina).
Vai faltar álcool se preço não subir, ameaçam usineiros
Para conter a alta nos preços do álcool nas bombas, que chegou a ultrapassar os R$ 2 em algumas capitais como o Rio de Janeiro, o Planalto avalia outras medidas como a redução na tarifa de importação do combustível, enquadrando-o na lista de exceções da Tarifa Externa Comum (TEC). De acordo com o jornal O Globo, as alterações foram avaliadas na reunião de ontem, em Brasília, entre usineiros e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Roberto Rodrigues (Agricultura) e Silas Rondeau (Minas e Energia).
No encontro, representantes do setor de produção de álcool e açúcar ameaçaram com a falta do combustível nos postos caso o governo mantenha a determinação para que o preço máximo no atacado não ultrapasse R$ 1,05. Os usineiros querem que o valor supere R$ 1,07, enquanto o Planalto não sinalizou um recuo.
Mesmo com a produção menor – e o preço maior – o consumo do combustível no mercado não caiu em dezembro e janeiro. Para piorar, as exportações, com o álcool a R$ 1,15 o litro, continuam crescendo, o que justificaria, segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), novo aumento nos preços no mercado interno