A crise na agricultura acabou diminuindo o número de habitantes da capital mundial da soja, Sorriso. Responsável por 2% da produção brasileira de grãos, o município amarga os efeitos dos baixos preços da soja, principal fonte de geração de impostos.
Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, o município, que chegou a registrar 65 mil moradores entre 2003 e 2004 – quando a saca de soja alcançou R$ 40 na região – hoje conta com cerca de 60 mil habitantes, conforme a prefeitura. Muitos dos migrantes deixaram a cidade com a queda nos preços da soja.
O movimento é notado por prestadores de serviço como Antônio Rodrigues Salvador, um dos 40 taxistas do município. Nos tempos de pujança da soja, ele chegava a fazer 15 corridas por dia, mas hoje a média de viagens caiu para quatro. “Espero que o dólar melhore com o ano eleitoral, para ver se esse pessoal ganha mais com a soja” disse ele.
A arrecadação municipal caiu 4% em 2005 em relação a 2004, para R$ 54,7 milhões. Para 2006, a expectativa é que o montante chegue a R$ 59 milhões, graças ao aumento no repasse de verbas do governo federal e à construção de duas novas universidades, que farão companhia à já instalada Faculdade Integrada de Sorriso, braço da Universidade de Mato Grosso (Unemat).
Odenir Zapani, gerente de uma loja de materila de construção, disse que as vendas na loja, que chegaram a triplicar em 2003, recuaram 20% em janeiro passado sobre igual mês de 2005. “Todos estão esperando melhorar o preço da soja para voltar a comprar”, acredita.