A balança comercial de Mato Grosso encerrou 2005 com um superávit de US$ 3,741 bilhões. A informação foi dada pelo presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, Nereu Pasini, na manhã de hoje (19), que apresentou os dados obtidos pelo Estado nas exportações de 2005 e a expectativa do setor industrial para 2006. “Os resultados alcançados por Mato Grosso no período de janeiro a dezembro de 2005 ultrapassaram a marca dos US$ 4 bilhões. Isso significa US$ 1,050 bilhão a mais que no ano anterior. Além disso, tivemos um crescimento maior que a média brasileira e fechamos a balança comercial com aumento de 39%, superior aos 33% atingidos pelo Brasil”, ressaltou ele.
O complexo soja liderou o ranking das exportações, com 78% do total dos produtos exportados, seguida pelo algodão com 6,92%, e pela carne, com 6,85%, que cresceu em todos os segmentos em 2005 e exportou US$ 284 milhões. “Isso representa 6,85% da pauta de Mato Grosso, obtendo um crescimento de 73% em relação a 2004. A carne bovina abocanhou a maior fatia do setor, com exportações de US$ 216 milhões, que representa um crescimento de 76% em relação a 2004”, disse Pasini.
O presidente destacou ainda o incremento das exportações de carne suína que ocorreram neste último ano com a abertura de novos mercados. Neste item, o crescimento das exportações atingiu a marca de 205%, aumentando as exportações de US$ 3,2 milhões em 2004 para US$ 9,7 milhões em 2005.
Entre os principais países de destino dos produtos mato-grossenses, destaca-se a China com um crescimento de 90% em relação ao ano passado, com montante de US$ 765,419 milhões. Em seguida, vem os Países Baixos (Holanda), com total exportado de US$ 629,614 milhões. A Itália apresentou crescimento significativo das exportações em 2005, com evolução de 145% que totalizam US$ 249,150 milhões. A Tailândia merece destaque pelo crescimento das exportações em 268%, com montante de US$ 187 milhões.
EMPREGOS – Mato Grosso ficou em primeiro lugar na região centro-oeste e em 10º lugar entre os Estados do país, com o percentual de participação de 3,51%. Pasini alerta que apesar dos números positivos, os dados referentes à geração de empregos são preocupantes. “Apesar do crescimento nas exportações, Mato Grosso não apresentou o mesmo desempenho na oferta de empregos. Em 2004 Mato Grosso gerou 27.768 novas vagas de trabalho. Já em 2005 o Estado apresentou um saldo negativo de 5.776 vagas entre admissão e demissão de trabalhadores formais”.
MADEIRA – O setor madeireiro foi o mais prejudicado por seguidas crises e a desvalorização cambial do dólar nas exportações do Estado. O segmento mais afetado foi o de madeira perfilada/compensada, que caiu vertiginosamente por falta de matéria-prima, somado à baixa cotação do dólar, e registrou em 2005 uma retração negativa de 14,5%, comparado a 2004”, explicou o coordenador do Centro Internacional de Negócios da Fiemt, Maurício Capillé.
Por outro lado, o setor de minerais registrou crescimento de 274% com as exportações de diamantes. Este aumento das exportações deve-se ao Sistema de Certificação do Processo de Kimberley – SCPK, relativo à exportação e à importação de diamantes brutos, que passou a ser uma exigência dos mercados importadores.
PREVISÃO – O presidente da Fiemt prevê um aumento de cerca de 10% nas exportações de Mato Grosso para 2006, porém, destaca que para ocorrer esse crescimento é necessário que alguns setores estabilizem-se e voltem a ter um crescimento significativo no volume de exportações. “A expectativa é de que Mato Grosso chegue a marca de US$ 4,5 bilhões, com a soja sendo o carro-chefe das exportações. A carne também deverá manter o ritmo de crescimento obtido em 2005. Há grandes possibilidades de crescimento do açúcar e do álcool. De acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as exportações do algodão devem sofrer uma queda, devido a redução em torno de 20% da área plantada”.